O Irã anunciou neste domingo (10/06) que assessores do chefe da diplomacia da União Européia, Javier Solana, e o principal negociador iraniano, Ali Larijani, se reunirão amanhã para discutir os avanços do programa nuclear de Teerã. O local do encontro não foi especificado.
O porta-voz do Ministério dos Assuntos Exteriores do Irã, Mohamad Ali Hoseini, voltou a qualificar de "positiva" a última reunião entre Solana e Larijani, que ocorreu no final de maio em Madri. Ainda assim, ele afirmou que não há data prevista para um novo encontro direto entre os dois negociadores.
Apesar de elogiar os encontros, o porta-voz reiterou que Teerã continua a se opôr à suspensão do enriquecimento de urânio "como condição prévia, e não aceita que a suspensão seja um dos resultados das conversações". Ele disse ainda que as atividades nucleares iranianas continuam a funcionar normalmente.
O Irã já sofreu a imposição de dois pacotes de sanções do Conselho de Segurança da ONU por sua recusa em suspender o programa nuclear. Na cúpula do G8, realizada entre os dias 6 e 8 de junho em Heiligendamm, na Alemanha, os países do CS da ONU voltaram a ameaçar Teerã com novas e mais fortes sanções.
A comunidade internacional, encabeçada pelos Estados Unidos, temem que o Irã use seu programa para construir armas nucleares. O Irã nega e afirma que o enriquecimento de urânio no país tem fins pacíficos e visa a obtenção de energia.
Venda de material nuclear
A notícia da nova reunião entre a UE e o negociador iraniano chega no mesmo dia em que o jornal britânico "The Observer" divulgou que uma empresa do Reino Unido foi fechada por tentar vender material nuclear ao Irã.
Segundo o jornal, agentes da unidade antiterrorista britânica e do serviço de espionagem MI-6 estão investigando um suposto esquema baseado no Reino Unido para o fornecimento de material nuclear ao Irã.
O "Observer" diz saber o nome da empresa fechada, mas não o revelou por razões legais. A publicação também afirma que uma pessoa foi acusada por dar apoio à proliferação de "armas de destruição em massa".
Durante uma investigação de 20 meses, agentes federais descobriram que vários britânicos compraram armas de origem nuclear no mercado negro russo. Os investigadores afirmam que provavelmente a intenção era exportá-las para o Irã e o Sudão, segundo o jornal.
Vários britânicos aparentemente ligados a terroristas islâmicos no exterior estão sendo vigiados. Foi descoberta também a primeira prova de que os seguidores da rede terrorista Al Qaeda estariam tentando desenvolver armas nucleares, acrescenta o "Observer".
(FSP, com informações da EFE, 10/06/2007)