(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
silvicultura eucalipto zoneamento silvicultura
2007-06-11
O Zoneamento Ambiental para Silvicultura apresentado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) aponta o Noroeste como uma região adequada ao plantio de eucaliptos. No entanto, em Ijuí existem poucos adeptos do florestamento de espécies exóticas. Um dos motivos é que a madeira produzida serve de matéria-prima para indústrias de papel e moveleira, que não encontram na região uma estrutura de comercialização. Outro fator que contribui para esse cenário é a predominância do plantio de grãos como a soja e outras culturas rasteiras no agronegócio regional.

Conforme o coordenador de meio ambiente do município de Ijuí, Dirlei Marchesan, o relatório da Fepam indica que o clima e o solo da região são favoráveis ao cultivo, e pode ser um fator determinante para o desenvolvimento do setor, mas destaca que a questão é polêmica. “Há estudos que comprovam que a produção causa danos ambientais e estudos que discordam desta tese, eu me posiciono favorável à cultura, desde que ela não seja a única, tornando-se uma monocultura”, afirma. Ele destaca que embora exista muita polêmica sobre os danos que o plantio de eucaliptos causem ao meio ambiente, a cultura pode ser bastante lucrativa, com ganhos superiores a algumas das tradicionais opções dos produtores. “Apesar disso, a região conta apenas com grande produção de mudas e poucas plantações”.

Impactos regionais
De acordo com Dirlei, se a cultura for predominante, ocupando uma área muito grande, o impacto pode ser danoso, mas do contrário o impacto equivale à uma formação florestal. Ele observa que economicamente o plantio de eucaliptos sobrepõem a outros cultivos, mas o retorno demora cerca de 7 anos a chegar, o que afasta produtores. Outro ponto positivo seria o crescimento da oferta de lenha para queima proveniente de florestamento, diminuindo o impacto que existe hoje sobre as florestas nativas.

Na opinião da presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Consema) de Ijuí, a geóloga Dóris Montardo, ao contrário da região sul, em que o plantio de eucalipto vai ocasionar uma mudança total na vegetação do terreno, na região, em que a vegetação arbórea foi retirada para que as áreas fossem ocupadas por plantações de grãos, não teria tanto problema. “O desmatamento do Noroeste gerou uma mudança nos regimes de chuvas, o que é um impacto ambiental da troca de cultura, o inverso deve ser sentido na região sul se for adotado o plantio de eucalipto em larga escala”, destacou. A geóloga salientou ainda que falta estrutura de comercialização da madeira para que o cultivo se torne atrativo. “No Plano Ambiental do município, quanto ao florestamente, não é possível diferenciar espécies nativas de exóticas e o uso feito das árvores, apenas aponta um crescimento da cobertura arbórea em Ijuí”. De acordo com pessoas ligadas à produção e revenda de mudas, há bastante procura pela espécie, que são plantadas em pequenas, médias e grandes áreas.

Duplicar produção de mudas
O Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (Irder) ligado ao Departamento de Estudos Agrários da Unijuí, através de seu viveiro florestal regional instalado em 1995, é hoje o principal fornecedor de mudas de plantas exóticas e nativas da região Noroeste. Localizado no município de Augusto Pestana, e vinculado ao Programa Regional de Reflorestamento e Recuperação Ambiental, o viveiro do Irder fornece 1,3 milhão de mudas de eucaliptos e pinus, sendo o pinus representanto menos de 20% do total comercializado.

Conforme o engenheiro florestal do Irder, Jorge Schirmer, o viveiro possui a capacidade de produção anual de 2 milhões de mudas, mas no caso de uma demanda maior precisariam ser feitas adequações e ampliações na área de produção, para com isso, dobrar a capacidade de produção do viveiro. “Os viveiros que produzem mudas para grandes reflorestamentos geralmente têm capacidade instalada de produção de 20 a 30 milhões por período”.

Na região há algumas empresas que fazem plantio em maior escala, com áreas entre 100 e 200 hectares, localizadas em Santa Rosa, Três Passos, Crissiumal e Tenente Portela. O restante da demanda corresponde a agricultores que plantam em pequena escala em áreas de até 10 hectares. Segundo Schirmer, quase a totalidade dos produtores do Noroeste realizam o plantio para exploração da madeira no setor madeireiro ou como lenha para queima e produção de energia na secagem de grãos. "Em Santo Augusto foi desenvolvido no ano de 2001 um projeto de reflorestamento em cerca de 130 a 150 hectares, mas isso não é a regra", afirmou.

Novo nome
O projeto do Irder iniciado há 12 anos, com a mobilização de várias entidades, visando a instalação do viveiro regional, também contempla a produção de mudas nativas de mais de 100 espécies diferentes e que ao ano superam a marca de 500 mil mudas, embora o número possa variar de um ano para o outro. "A idéia é fomentar o reflorestamento exótico para produção de madeira, mas também a recuperação de áreas degradadas e de mata ciliar com o plantio de florestas nativas", explicou. A viabilização do projeto se deu graças à entrada de recursos da EZE (Agência Evangélica de Desenvolvimento da Alemanha) e do apoio de 40 municípios que são parceiros da iniciativa.

O Irder conta com o trabalho de 26 pessoas, sendo 12 apenas na manutenção do viveiro. Além de produzir mudas no viveiro a equipe técnica do Irder também presta consultoria aos municípios parceiros em Projetos de Reflorestamento Ambiental. Nos últimos anos elaborou e executou vários projetos de reflorestamento com espécies nativas, como em áreas degradadas de matas ciliares e margens de rodovias, além de um projeto de agrossilvicultura na área indígena Guarita, em Tenente Portela e Redentora. "O Viveiro Florestal não tem fins lucrativos, mas o sucesso está demonstrado na sua existência à varios anos, ofertando uma grande variedade de mudas nativas e exóticas, com preços muitas vezes inferiores ao de mercado"

Nos últimos anos passou a ser ligado ao Departamento de Estudos Agrários, funcionando como laboratório de ensino e pesquisa da Unijuí. No Irder realizam-se também várias atividades ligadas ao setor agropecuário, com lavouras, criação de suínos e gado de leite. O Irder deve mudar de nome nos próximos dias, o que ainda está sendo discutido, a figura de instituto também não deve permanecer.

Prefeitura incentiva plantio de florestas
O Executivo local criou o projeto de lei Mais Verde, Mais Vida que dá subsídios na ordem de R$ 500,00 durante 5 anos para fomentar o plantio de florestas em pequenas propriedades, além da doação de mudas para o produtor com o objetivo de recuperar áreas degradadas. Está previsto no projeto que 30% da área seja plantada com mudas de árvores nativas e o restante de exóticas.

(Por Janis Loureiro, especial para o Ambiente JÁ, 08/06/2007)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -