No encerramento da semana em que se comemorou a Semana do Meio Ambiente, ficam as lembranças do aposentado de Caxias do Sul, Antonio D'Agostini, 87 anos, como estímulo para cuidarmos melhor da nossa natureza, tão maltratada por nós mesmos.

Seu Antonio guarda com carinho as pescarias de caranguejo e de peixes que fazia no Arroio Tega entre as décadas de 1930 e 1940. Entre as espécies mais pescadas estavam jundiás, traíras e muçuns. O trecho preferido por ele, no bairro São José, hoje está canalizado ou submerso. Histórias é o que não faltam ao aposentado, relatos que afirma serem verdadeiros.

- Comecei a tirar fotos das minhas pescarias porque o pessoal não acreditava no tamanho dos peixes que eu dizia que pescava - conta o simpático pescador, referindo-se, inclusive, a um jundiá de 11 quilos que diz ter trazido do Rio Caí.

"Está assim por culpa do homem"
Atualmente, o aposentado sente-se triste com a poluição do Tega. Seus filhos e netos não podem mais brincar e tomar banho nas águas que fizeram parte da sua história.

- Dava até para beber a água do arroio de tão limpa que era. O Tega está assim por culpa do homem, que joga lixo onde não deve - finaliza o aposentado, enquanto olha com dó para a correnteza do arroio que viu a cidade se desenvolver e, aos poucos, se esqueceu de cuidá-lo.

Peixes de volta, um sonho próximo
Caxias, no entanto, promete trabalhar pela despoluição do Tega e coloca essa meta como horizonte para os próximos anos. Estão em construção um rede coletora do esgoto que é lançado diretamente no arroio, em fase de concretagem das tubulações, e uma estação de tratamento de esgoto no bairro Mattioda. E, esta semana, foi obtida a licença de instalação para a segunda etapa das obras da estação, que prevê a duplicação da capacidade da unidade hoje em construção.

Peixes no Tega, portanto, quem sabe, em um futuro não tão distante.

(O Pioneiro, 09/06/2007)