Os consumidores do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) estão recebendo as contas de água de maio calculadas com base na média de consumo dos últimos três meses. 'As possíveis diferenças existentes, para mais ou para menos, nos valores cobrados serão acertadas na próxima fatura', esclareceu o superintendente comercial do Dmae, Marcelo Neubauer da Costa. A greve dos municipários afetou o serviço de leitura dos hidrômetros. O trabalho é realizado parcialmente, pois metade do quadro de funcionários da divisão aderiu ao movimento. 'Os que estão atuando cumprem regime de exaustivas horas extras', afirmou o superintendente.
Porto Alegre também corre o risco de desabastecimento de água tratada, segundo o diretor-geral do Dmae, Flávio Presser. 'Se a grave dos municipários durar um mês, haverá perda de 1,5 milhão de metros cúbicos de água, devido à falta de reparos de fugas e vazamentos', alertou. Ontem, quando a greve completou 17 dias, o Dmae já somava 1,2 mil ocorrências em diversos pontos da Capital e foram registradas 63 reclamações de falta de água. 'Isso já gera uma perda de 55 milhões de litros de água, quantidade que daria para abastecer uma cidade de 100 mil habitantes por dia', avaliou o diretor. Também 630 ocorrências envolvendo problemas na rede esgoto deixaram de ser atendidas.
De acordo com o Dmae, os problemas não estão sendo solucionados porque os grevistas impedem que as equipes de manutenção deixem as unidades do órgão. Somente na manhã de ontem, quatro equipes das duas unidades da distrital Norte atuaram. Nas distritais Sul e Leste, apenas uma equipe de cada unidade trabalhou. Na maior delas, no Centro, na avenida Princesa Isabel, nenhum carro deixou o pátio da empresa. Colegas que aderiram à greve estavam sentados na calçada em frente ao portão do Dmae, tentando convencer os servidores a aderir à paralisação.
(Correio do Povo, 09/06/2007)