O desenvolvimento dos biocombustíveis não impedirá que a demanda por petróleo continue crescendo, pois eles representarão apenas uma pequena porção da necessidade mundial de combustível na próxima década, afirmou o diretor da AIE (Agência Internacional de Energia), Claude Mandil.
Em declarações ao jornal britânico "Financial Times", Mandil disse que "até no pior dos cenários possíveis" para a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), haveria uma grande necessidade de aumentar a produção pelos países-membros da entidade.
Os produtores de petróleo demonstraram preocupação crescente com os esforços dos Estados Unidos e da UE (União Européia) para reduzir as importações de petróleo, acrescentou o jornal.
A previsão da agência para a demanda mundial de petróleo até 2015 é de um crescimento de 10 milhões de barris diários, chegando a 94,8 milhões.
A demanda de petróleo da Opep seria de pelo menos 38,8 milhões de barris diários em 2015, frente aos 31 milhões atuais, pelos cálculos da AIE.
Ao mesmo tempo, serão produzidos em torno de 3 milhões de barris diários de biocombustíveis, derivados da biomassa, sempre que os países consumidores de petróleo colocarem em prática políticas para impulsionar a produção da commodity.
No final dos anos 70, as potências européias pediram à Opep que aumentasse sua capacidade de produção, após os preços de petróleo terem disparado, mas ao mesmo tempo investiam em energias alternativas como a nuclear e o gás natural, além de medidas de economia de energia.
O resultado foi um forte investimento da Opep em recursos destinados a melhorar a capacidade de produção. Em meados dos anos 1980, o cenário mudou e a demanda se dissipou, disse o analista Frédéric Lasserre, da Société Générale.
Agora, a Opep teme errar de novo, de acordo com o jornal. Embora tenha se comprometido a aumentar sua capacidade com mais investimentos, disse que "assim como o mundo precisa de segurança no fornecimento, a Opep precisa de segurança na demanda".
Até 2012, os países membros da Opep investirão US$ 120 bilhões em medidas para aumentar a capacidade de produção de petróleo. Mas outros investimentos de US$ 500 bilhões em uma segunda etapa, dependerão da evolução da demanda.
(FSP, com informações da EFE, 08/06/2007)