Um aspecto problemático das rodovias do PAC são as pendências de algumas delas nas áreas de ambiente, patrimônio histórico, indígena e de invasões ao longo do traçado -a desapropriação ainda está em fase de negociação.
Nesse ponto, o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que estradas bem qualificadas no primeiro balanço do PAC podem virar preocupantes no próximo exame.
Na avaliação de associações dos setores de construção e transporte, as discrepâncias na lista de obras já eram previsíveis e significam que apenas uma parte realmente sairá do papel. A inclusão de obras em estágio avançado foi relativizada, pois a maioria delas já estava prevista em planos federais no início da gestão Lula e mesmo no governo FHC.
As intervenções prevêem duplicação, construção, pavimentação ou adequação de 7.848 km, cerca de 40% no Norte. Centro-Oeste (17,96%) e Sudeste (15,97%) vêm logo atrás. As menores extensões estão no Nordeste e no Sul, onde as obras correspondem a 13,18% e 12,48% do total de quilômetros do PAC. São R$ 33,98 bilhões em investimentos, no total.
Pendências
Uma rodovia emblemática do PAC é a BR-158, em Mato Grosso. Existem pendências ambientais, com o Ibama. Há problemas de traçado, pois a rodovia corta terra indígena. Há negociações em curso com agricultores, no meio do caminho, conduzidas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
A estrada foi vista como em estado de atenção no primeiro balanço do PAC, simplesmente porque há obras em andamento. A conclusão do trecho está prevista para 2009. O governo diverge sobre as chances de terminar no prazo. O diretor de Infra-Estrutura Rodoviária do Dnit, Hideraldo Luiz Caron, concorda em que haverá atraso. O ministério discorda.
"Está pavimentada até a metade, mas temos problemas. Vamos dizer que a BR-158 esteja alaranjada. Há uma proposição de resolver essa situação e uma avaliação de que isso talvez vá ser resolvido", disse Caron.
(Por Iuri Dantas FSP, 09/6/2007)