Um vazamento de óleo em Maravilha, no Oeste do Estado, poluiu ontem (07/06) o rio Iracema e ameaça o abastecimento de água em Riqueza, município vizinho. Barreiras de isopor foram montadas pelos bombeiros em Maravilha e no limite entre os municípios de Iraceminha e Cunha-Porã, para conter o vazamento.
O óleo, derivado de petróleo, estava em dois tonéis utilizados em postos de combustível, que haviam sido recolhidos como sucata. Os tonéis estavam a dez metros do rio Iracema. Na manhã de ontem, a Polícia Ambiental de São Miguel do Oeste foi comunicada de que havia uma mancha negra no rio. Os policiais localizaram o vazamento, no pátio do Ferro-velho Brutscher. Eles coletaram amostras da água e registraram boletim de ocorrência.
O comandante do Corpo de Bombeiros de Maravilha, tenente Alcimar Lauer, estima que 10 mil litros de derivado de petróleo tenham sido despejados na água. O agricultor Valter Drescher, de Iraceminha, ficou preocupado com a poluição, pois suas vacas bebem água no rio. Ele também teme pela morte dos peixes.
Ontem, a mancha negra se deslocava a velocidade de três quilômetros por hora. Em Riqueza, distante 50 quilômetros do local do vazamento, a Casan monitorou o rio num ponto cinco quilômetros acima de onde a água é captada. Análise bioquímica foi realizada, mas até o final da tarde o óleo não tinha chegado ao local. Segundo funcionários da Casan em Riqueza, no momento em que a mancha chegar próximo da captação, o abastecimento da cidade será suspenso.
Além de não represar 100% do óleo, as barreiras de contenção poderiam ser insuficientes em caso de chuva. Os moradores de Riqueza foram orientados a armazenar água. São 550 famílias que dependem de 200 mil litros de água por dia captados no rio .
O sargento Sérgio Martins disse que a ocorrência foi a mais grave do ano em rio na região. Ele afirmou que o proprietário do ferro-velho deverá ser multado e responderá a processo judicial. O valor da multa dependerá do impacto ambiental, que será avaliado.
O proprietário do ferro-velho, Hélio Brutscher, disse que comprou os tonéis para sucata e não sabia que havia óleo dentro. "Não foi por gosto, foi acidente. Estamos fazendo o possível para reparar o dano", afirmou. Segundo ele, um funcionário colocou os tanques no pátio da empresa no final da tarde de quarta-feira. O empresário disse que quando percebeu o vazamento, fez uma valeta de contenção. Ele alega que pediu auxílio para os bombeiros e contratou uma empresa para retirar o óleo, com um sugador. Também fez uma barreira no rio, para conter a mancha de piche.
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A Notícia, 08/06/2007)