A Amazônia é nossa. Foi assim que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu aos comentários cada vez mais freqüentes na Europa de que o etanol poderia ser uma ameaça à floresta amazônica. "Não aceitamos a idéia que está sendo passada ao mundo de que estamos plantando cana-de-acúcar na Amazônia", afirmou Lula. "Primeiro, porque a Amazônia é nossa e nós, soberanamente, temos de decidir como cuidar da floresta", defendeu. O presidente ainda lembrou que o Brasil tem terra suficiente para a plantação de cana sem afetar a mata tropical.
A Comissão Européia alerta que há riscos de que uma plantação generalizada de cana poderia ter efeitos negativos para o meio ambiente se Brasil e outros países emergentes utilizarem suas áreas de floresta para o cultivo. Bruxelas anunciará ainda em novembro as exigências ambientais que irá impor aos países que queiram e
"A Amazônia tem 360 milhões de hectares e temos outros 381 milhões de hectares totalmente preparados para a agricultura. Desses, apenas 6% são destinados à cana", afirmou. "Por isso é que na aceitamos essa discussão. Queremos preservar nossa Amazônia. Diminuímos em 52% em dois anos o desmatamento. Queremos diminuir muito mais com novas tecnologias. Mas queremos convencer o mundo que o biocombustível é a solução para a geração de emprego, de distribuição de renda, para o aquecimento do planeta e como combustível. Por isso é que eu sonho com o etanol", completou o presidente.
(Por Jamil Chade e Denise Chrispim Marim,
Agência Estado, 07/06/2007)