Os produtores do Rio Grande do Sul poderão reduzir em até 50% os gastos com a conta de luz na irrigação das lavouras de arroz. A economia ocorreria por meio do projeto para racionalização de custos em energia elétrica nos sistemas de bombeamento de água, desenvolvido pelo Instituto Riograndense do Arroz (Irga) em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). O estudo está em análise pelo Departamento de Eficientização da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).
A estimativa é que até o final do mês o resultado esteja concluído. Se for positivo, o levantamento será estruturado de acordo com o padrão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela decisão final. Em caso de aprovação, será feito o diagnóstico de produtores nos municípios de abrangência da CEEE que possam implantar a novidade. 'As lavouras de arroz representam uma demanda significativa de energia em pouco espaço de tempo. Quanto mais eficiente for o sistema, melhor para nós', afirma o diretor de Planejamento e Projetos Especiais da CEEE, Sérgio Campos de Moraes.
Na prática, trata-se da substituição de motobomba e tubulações pelo novo sistema de bombeamento com tecnologia de alta eficiência energética, que tem uma vida útil de cerca de 14 anos.
O investimento depende da estrutura e necessidade de cada propriedade rural, e seria pago sem qualquer desembolso, apenas com a economia na conta de luz. O produtor iria abatendo o custo do equipamento da redução dos gastos com a energia, que se daria durante o ciclo da cultura, ou seja, quatro meses por ano, o equivalente a quatro parcelas. A expectativa do Irga é que o projeto seja aprovado pela Aneel até o final deste ano e os pré-diagnósticos possam começar a ser realizados já para a próxima safra.
Na safra 2005/06, mais de 50% dos sistemas de captação de água eram movidos por energia elétrica no Estado. 'A irrigação representa 11,5% do custo total da plantação. É um percentual alto', diz o engenheiro agrônomo e pesquisador da área de irrigação e drenagem do Irga, Élio Marcolin. Com o projeto, será possível deixar a lavoura mais rentável pela redução do custo de produção.
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Correio do Povo, 08/06/2007)