O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, convidado da reunião de cúpula do G8 na Alemanha, defendeu a realização de um "fórum permanente" entre países desenvolvidos e países pobres para uma globalização "mais solidária", em artigo publicado nesta quinta-feira pelo jornal francês "Le Monde".
"A constituição de um fórum permanente entre países em desenvolvimento e os países desenvolvidos para tratar das questões essenciais do mundo hoje ajudará a tornar a globalização menos assimétrica e mais solidária", afirmou Lula no texto.
O chefe de Estado brasileiro assiste pela quarta vez à Cúpula do G8, mas gostaria que esta assiduidade não dependesse mais de um convite e que o grupo fosse ampliado para criar um mecanismo regular de consultas entre países ricos e emergentes.
Em seu artigo no "Le Monde", Lula se disse convencido de que "a mudança climática, o desenvolvimento sustentável, as fontes novas e renováveis de energia e o financiamento para o desenvolvimento são temas sobre os quais os principais países emergentes deverão ser escutados".
"Na realidade, não só as populações de nossos países estão envolvidas como nossos países têm a capacidade de formular e adotar propostas inovadoras para responder a estes múltiplos desafios", argumentou, citando como exemplo a transformação dos biocombustíveis.
Esta alternativa, segundo ele, é "muito importante para os países em desenvolvimento, graças a seu potencial de criação de empregos e de renda".
Lula rebateu as críticas de que os biocombustíveis podem afetar a segurança alimentar ou agravar as mudanças climáticas.
"Se os países adotarem culturas adaptadas às suas realidades e às suas necessidades, os biocombustíveis podem conviver com a segurança alimentar e a preservação do meio ambiente", afirmou.
Para o presidente brasileiro, "não haverá desenvolvimento duradouro, equilíbrio ambiental nem segurança contínua se não conseguirmos eliminar a fome e a extrema desigualdade social".
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AFP, 07/06/2007)