Dirigentes de diversas organizações populares alertaram sobre o paradoxo de destinar produtos agrícolas à geração de combustíveis em um país, em que quase metade das crianças sofre de desnutrição. Roberto Madriz, dirigente da Frente Nacional de Luta, que agrupa umas 30 organizações sociais e populares, denunciou que, nos departamentos da zona oriental do país, empresas estrangeiras arrendaram terras de camponeses por até 10 anos com a intenção de plantar cana-de-açúcar para produzir etanol.
Entretanto, Carlos Wer, integrante do Movimento Amplo de Esquerda, advertiu que no sul registra-se uma situação similar, em que esse tipo de cultivo se estendeu a zonas antes utilizadas para produzir grãos básicos.
Atualmente, na Guatemala, quatro engenhos produzem etanol para a exportação e o Pantaleón Sugar Holdings Company prevê a construção de uma planta de álcool carburante. Paralelamente, 48% das crianças guatemaltecas estão desnutridas, situação enfrentada também por grande parte das mulheres grávidas.
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Adital / Pulsar, 05/06/2007)