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hidrelétricas do rio madeira
2007-06-08

Nesta segunda parte da entrevista à Radiobrás, o governador de Rondônia, Ivo Cassol, diz que os críticos do projeto das hidrelétricas no Rio Madeira são pagos por organismos internacionais “que estão plantando no Brasil para que o país fique como escravo a vida inteira”. Cita o zoneamento ecológico-econômico do estado como exemplo do empenho de Rondônia pela preservação ambiental e afirma que o homem é capaz de produzir “sem exterminar”.

Agência Brasil: O senhor falou que ONGs internacionais estão dificultando a construção das usinas. O que o senhor está fazendo em relação a isso?
Ivo Cassol: Nós não temos como competir. Porque esses países querem que o Brasil viva com o pires na mão pedindo esmola. Se deixar o Brasil produzir, nós já, já, teremos dinheiro suficiente para emprestar para os americanos se for preciso. Essas ONGs, esses ambientalistas de sala de ar-condicionado, gostam de uma água gelada, gostam de assistir a um jogo da Copa do Mundo, de andar com sapatinho de couro, com uma calça boa de algodão. E tudo isso, para poder produzir, de uma maneira ou de outra tem que desmatar, mudar. Mas o homem é tão inteligente que, ao mesmo tempo, se você derrubar dez árvores, pode plantar milhares. Eu vi uma entrevista que dizia que as usinas não podiam sair por causa de meia dúzia de bagres. Hoje a gente faz a criação de alevinos em tanques, em laboratórios, e pode distribuir milhares de peixes em todos os lagos e rios em que for preciso. Em qualquer usina hidrelétrica o homem faz as escadas, faz a eclusa. Essas pessoas que estão contra é porque estão ganhando de alguém para ser contra. Eu queria que eles estivessem lá em São Paulo, no 30º andar, e acabasse a energia lá em cima. Quem não gosta de ter um conforto? De ter uma televisão, uma geladeira?

ABr: De quem essas pessoas estão recebendo?
Cassol: Pode ter certeza de que são organismos internacionais que estão plantando no Brasil para que o país fique como escravo a vida inteira. Eu não tenho nomes, mas o dinheiro não cai do céu. Naqueles outros países ninguém preservou, nós estamos preservando. Quando nos colocam o quanto nós desmatamos, ninguém diz o tanto que nós preservamos. Um exemplo: em Rondônia, mais de 75% das nossas matas são reserva biológica ou área indígena, ou reservas estaduais, ou dentro da própria manutenção que os proprietários têm que fazer, obrigatória no Código Florestal. Mesmo estando na Região Norte, queremos sobreviver como verdadeiros cidadãos, no mundo globalizado e informatizado. É muito fácil os que ficam voando de jatinho dizer que nós temos que continuar na época da pedra.

ABr: O que o senhor acha da legislação ambiental brasileira? Setores do empresariado e do governo falam dela como um entrave para o desenvolvimento.
Cassol: Fizeram tantas leis nesse país que não se cumpre a metade. O próprio governo federal, o próprio PT, que tanto pregou e fez essas leis no passado, hoje tem dificuldades para desenvolver o Brasil. As nossas leis têm que ser revistas. Vocês têm conhecimento da fotossíntese das nossas matas: quando elas estão maduras, soltam gás carbônico e ficam consumindo oxigênio. Então nós temos que ter mata renovável. Agora, não é só a Amazônia para preservar. Os Estados Unidos têm que largar menos poluente no ar. A minha proposta é que as pessoas que vivem na Amazônia têm que ser compensadas ou com R$ 1 ou com R$ 10 por hectare todo mês para não precisar desmatar mais. E nós queremos atrair os turistas para cá, trazer oportunidades de emprego e de trabalho. Entre uma árvore e o ser humano, eu fico com o ser humano. Entre um animal e o ser humano, eu fico com o ser humano. Mas nós, como seres humanos, somos tão inteligentes que nós não precisamos exterminar nada.

(Por Sabrina Craide e Eliane Gonçalves, Agência Brasil, 06/06/2007)


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