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2007-06-08
As temperaturas mínimas registradas no Rio Grande do Sul estão cada vez mais elevadas, o que pode trazer impactos a diversas espécies vegetais e animais. A observação é do pesquisador da Fundação Universidade de Rio Grande (FURG), César Bonifácio Costa, que na manhã da última terça-feira (05/06) apresentou resultados de pesquisas sobre os impactos do aquecimento global com relação aos ecossistemas costeiros do Estado no Seminário “O Rio Grande do Sul no Contexto das Mudanças Climáticas”, realizado no Auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa gaúcha. Costa, pesquisador do Departamento de Oceanografia da FURG, salientou o pioneirismo da universidade gaúcha nesse tipo de investigação científica, lembrando que quatro dos oito projetos aprovados pelo CNPq em nível nacional, nessa área, em 2001, foram para a instituição rio-grandense. “Temos informações que nos permitem discutir o que está acontecendo, com bases de dados sobre o estuário da Lagoa dos Patos desde a década de 70”, justificou.

A partir de um levantamento apoiado por imagens de satélites, realizado nas principais bacias de drenagem da região da Lagoa dos Patos, com extensão de 200 mil quilômetros em cinco estuários, o pesquisador apontou alterações que vêm ocorrendo em dunas e marismas da região costeira. “A grande variabilidade interanual dificulta reconhecer o que está acontecendo”, afirmou Costa, ao referir-se aos fenômenos El Niño, que causa anomalias de excesso de chuvas, e La Niña, que ocasiona secas, uma vez que os períodos de duração de ambos os fenômenos que se formam no Oceano Pacífico, na costa do Peru, são relativamente longos.

Temperaturas e chuvas
Além do aumento das mínimas, nos últimos 50 anos foi registrado um aumento das médias gerais de temperaturas no Rio Grande do Sul. “Isto pode ser detectado por relações lineares ou séries temporais”, disse o pesquisador da FURG. Segundo ele, a previsão é de que até 2055 haja uma alta de 0,4ºC a 2,1ºC. “Está dentro da faixa prevista em termos mundiais pelo IPCC [Painel Intergovenamental de Mudanças Climáticas das nações Unidas], que estima uma elevação entre 0,8ºC e 2,8ºC”, comparou Costa.

No que diz respeito ao quadro pluviométrico, há uma tendência de elevação das precipitações da ordem de 10% a 40%, mas de forma concentrada ao invés de distribuída. “São enxurradas, mais marcadamente no Norte do Estado, mas com grande escoamento para o Sul”, explicou.

Vegetação e invertebrados
Os impactos da precipitação mais acentuada sobre a costa litorânea gaúcha devem trazer efeitos sobre a composição da paisagem. De acordo com Costa, fotos aéreas e imagens de satélite já identificam macrohabitats com respostas espectrais distintas – dunas móveis e concentração de pinus ao Norte. “Imagens obtidas nos últimos 50 anos mostram que o Extremo Sul do Rio Grande do Sul apresenta crescimento de áreas úmidas, especialmente a partir da década de 70”, informou. Hoje, 56% dessas áreas são de dunas com vegetação densa, 34% são áreas de dunas com vegetação pobre e 10% aflorestadas. “A umidificação da costa parece estar relacionada à elevação do nível da Lagoa Mirim nos últimos 80 anos”, afirmou, acrescentando que “o aumento das chuvas pode levar à elevação da vazão média da Lagoa dos Patos, o que, por sua vez, pode ter impacto negativo sobre o ambiente de marinas e invertebrados bentônicos – vermes, pequenos moluscos e crustáceos por exemplo”. “E se esses dois subsistemas forem afetados, poderá haver impactos também sobre a economia gaúcha.” Foram detectadas 52 espécies de invertebrados bentônicos em cinco estuários. “Com o aumento da salinidade das águas das lagoas, pequenos curstáceos serão mais abundantes, incluindo, entre eles, espécies que perfuram trapiches e pequenas embarcações”, advertiu. Por outro lado, “quando a salinidade é baixa, espécies exóticas como o mexilhão dourado tendem a invadir zonas estuarinas”.

Ainda no caso da vegetação, conforme Costa, as mudanças são mais facilmente detectadas porque 46% a 76% da cobertura vegetal da área de banhados estão concentradas em cinco ou seis espécies. Ele apresentou fotos que mostram a expansão do hibiscus – vegetação de porte avantajado – expandindo-se para outros estuários da costa do Rio Grande do Sul, devido à sensibilidade dessa vegetação a baixas temperaturas. O pesquisador acredita que, numa avaliação geral de todas as mudanças, a produtividade estuarina deverá ser reduzida, embora, de acordo com ele, tais alterações possam ser monitoradas. Quanto à elevação relativa do nível do mar, "não parece ser significativa, mas é um assunto polêmico”, concluiu.

(Por Cláudia Viegas, AmbienteJÁ, 08/06/2007)

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