O cenário é perfeito para criar consciência sobre a questão dos resíduos sólidos. No aterro sanitário de Sapucaia do Sul funciona a escola ambiental, desde setembro de 2005. Os estudantes são levados no ônibus da prefeitura e passam dois turnos (8 horas) recebendo orientações e participando de atividades práticas. Conforme a professora Regina Maria de Souza Jesus, a intenção é integrar atividades escolares e ações do cotidiano no intuito de preservar o meio ambiente.
Duas professoras e uma estagiária recebem na Escola Ambiental alunos das redes municipal, estadual e particular de ensino, desde crianças da Educação Infantil até adultos que freqüentam a universidade. Na parte teórica, eles conhecem um pouco da realidade sapucaiense, que produz 70 toneladas de lixo todos os dias, recebem orientação sobre a água, conhecem o espaço da geologia e participam de oficinas de plantio e de decomposição. Depois, fazem uma trilha pelo próprio aterro sanitário.
Conforme Regina, o que mais impressiona os estudantes é o fato de tomar consciência que o lixo gerado em casa não desaparece, apenas acumula-se no aterro. Aproveitando esse conhecimento impactante, as professoras aproveitam a hora do lanche para orientar sobre alimentação saudável ao corpo e ao meio ambiente. Numa turma de terceira série da Escola Municipal Maria da Glória, a maioria dos estudantes levou como lanche bolachas recheadas e salgadinhos. A professora Rita Gregory comeu uma goiaba e comparou. “Além de ser melhor para saúde, a goiaba é toda consumida, sem gerar o lixo como as embalagens dos salgadinhos e bolachas.’’ Conforme Regina, fica a proposta para o segundo dia na Escola Ambiental o lanche ser fruta, bolo ou pão.
A Escola Ambiental é uma maneira de preparar a população para que separe o lixo em casa e tentem produzir a menor quantidade possível. Regina conta que o Município experimentou implantar a coleta seletiva entre 2001 e 2004. No entanto, a população não estava preparada para tanto. Então, em 2005 a escola começou a funcionar de maneira a preparar as futuras gerações para que tenham uma consciência ambiental mais ampla e que possam não só se engajar na questão do lixo.
(Jornais VS, NH e DC, 05/06/2007)