Ciclone Gonu deixa 12 mortos em Omã
2007-06-07
O ciclone Gonu, o mais violento das últimas décadas no Golfo, deixou pelo menos 12 mortos em Omã, onde prosseguiam nesta quinta-feira as operações de socorro
Os moradores de Mascate, a capital de Omã, que se refugiaram em suas casas durante a passagem do fenômeno, acordaram nesta quinta-feira (07/06) com uma paisagem de desolação, com estradas inundadas e repletas de destroços de carros e árvores arrancadas.
Ontem, o vento soprou a uma velocidade de 120 a 176 km/h. Terça-feira (05/06), ele chegou a registrar rajadas de 260 km/h no litoral oriental, onde a energia elétrica foi cortada.
Funcionários de hotéis tentavam retirar as águas e a lama que inundaram as quadras de tênis e os parques. Algumas lojas e restaurantes começavam a reabrir suas portas.
Os portos do sultano Qabus em Mascate, o maior do país, o de Sohar, no litoral de Batinah (ao norte da capital), concebidos para responder à atividade industrial crescente do país, e Mina al-Fahal, o principal terminal petroleiro, foram fechados na quarta-feira.
O primeiro deve reabrir suas portas na sexta-feira, segundo um representante do porto, e os outros dois provavelmente serão reabertos no mesmo dia, de acordo com um especialista marítimo.
No entanto, o tráfego marítimo não foi afetado no estreito de Ormuz, por onde passa mais de 25% de todo o petróleo produzido no mundo.
"Há 12 mortes confirmadas até agora", declarou à televisão estatal o coronel Abdallah ben Ali al-Harthi, diretor de relações públicas da polícia de Omã. Ele destacou que vários helicópteros participavam das operações de socorro.
"Quando o nível das águas tiver diminuído, a situação ficará mais clara", acrescentou o coronel Harthi, dando a entender que o balanço de vítimas pode aumentar nas próximas horas.
De acordo com a agência oficial ONA, mais de 4.000 policiais, auxiliados pela defesa civil e as Forças Armadas especiais do sultano Qabus, foram mobilizados nas províncias afetadas pelo ciclone, onde os danos materiais são calculados em "milhões de riales" (a moeda local).
"Represas estouraram e centenas de casas foram submersas e destruídas pelas águas", relatou a agência, ressaltando que "mais de 20.000 pessoas foram socorridas e alojadas" em escolas transformadas em abrigos.
Já no primeiro dia do fenômeno, as escolas e os prédios públicos foram orientadas a permanecer fechados até sábado.
Os Emirados Árabes Unidos estavam em estado de alerta, mas o ciclone, que se formou no Oceano Índico, se dirigiu para o litoral sul do Irã, onde três pessoas morreram quarta-feira quando um rio transbordou subitamente, e em seguida para o sudoeste do Paquistão, onde pelo menos 200 pessoas fugiram de suas casas, segundo as autoridades locais.
(AFP, 07/06/2007)