O novo ministro de Minas e Energia deverá ser nomeado somente após o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Brasil, no próximo sábado (9/6). Até o momento, informações dão conta de que o candidato mais forte é o engenheiro Márcio Zimmermann, atual secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético da pasta.
Com a expansão dos biocombustíveis, o ministério tem se tornado um interlocutor importante de entidades da agricultura familiar. Atento às notícias sobre o futuro ministro, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) se posicionou contrário à nomeação de Márcio Zimmermann para o cargo.
Para o MPA, Zimmermann teve participação direta na privatização do setor elétrico durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, um dos motivos para ser contrário à indicação, como afirma Áurio Scherer, da coordenação nacional do movimento. “Nós esperamos que, quem privatizou a parte técnica da Eletrosul, é ligado ao modelo neoliberal e às forças políticas conservadoras, que nunca se preocuparam em construir um projeto de País... que este senhor não seja nomeado ministro de Minas e Energia”, diz.
Zimmermann é uma indicação do PMDB, mesmo partido de Silas Rondeau, ex-ministro que deixou o cargo sob acusações de ter recebido propina da construtora Gautama. Para o MPA, no momento em que é investigada a corrupção na contratação de empreiteiras, é temerário nomear uma pessoa que tem ligações com as empresas. “São várias empreiteiras que têm cometido ilicitudes e nós achamos temerário que um senhor que tem vínculos com estas empresas ser guindado a ministro”, afirma Scherer.
O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) vem estabelecendo parcerias com empresas estatais do setor energético, como a Petrobras, na produção de biocombustíveis. E teme que a entrada de Zimmermann prejudique o andamento dos projetos. “Estas parcerias poderão ser abaladas, porque o modelo neoliberal vem no oposto dessa idéia, ou seja, na entrega das empresas estatais. E nossa proposta é fortalecer e valorizar a empresa pública, e construir parceria. E é o que estamos fazendo. Por isso que acreditamos que, se a nomeação for feita, será um grande retrocesso”, afirma.
O Ministério de Minas e Energia está sendo ocupado interinamente por Nelson Hubner, que era secretário-executivo da pasta.
(Por Luiz Renato Almeida,
Agência Chasque, 04/06/2007)