A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse ontem (05/06) que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) analisa com urgência os impactos ambientais das obras das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, mas avisou que a licença só deverá ser concedida se o projeto obedecer todos os dispositivos legais. Em discurso durante solenidade do Dia do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto, ela mandou recado a quem defende desenvolvimento sem conservação e afirmou que está em paz com a consciência e com Deus. "Se continuarmos com essa visão de opor desenvolvimento com preservação, não conseguiremos chegar a lugar algum", afirmou.
Depois do discurso, Marina Silva negou que o recado tenha sido dado à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, gerente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que estava ausente do Planalto. "Eu não dei recado para ninguém", disse Marina. "Estamos trabalhando no governo ao longo de quatro anos para resolver a equação desenvolvimento com preservação."
A uma pergunta se estava em paz com Dilma, Marina respondeu: "Estou em paz em primeiro lugar com Deus e com minha consciência, e isso faz com que me sinta em paz com todas as pessoas". A ministra do Meio Ambiente disse ter um bom relacionamento pessoal com a colega de governo e que as duas não "confundem" esse relacionamento com posições. "Não trato as coisas como atritos gerenciais, mas como questões complexas, de naturezas diferentes."
O presidente da República em exercício José Alencar, que sempre apoiou a ministra do Meio Ambiente, disse que Marina é a porta-voz mais valente e sensata deste tempo. Ao ser questionado sobre a licença ambiental das usinas hidrelétricas Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, Alencar disse acreditar que a permissão pode sair ainda neste mês. Ele observou, no entanto, que cabe a Marina fazer qualquer anúncio. Marina, porém, evitou falar em prazos: "Nós continuamos fazendo avaliações técnicas". "Não temos um prazo a colocar, estamos trabalhando com sentido de urgência."
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Agência Estado / G1, 05/06/2007)