Ônibus com monitoramento em tempo real de poluentes emitidos, cartões Riocard ecológicos e plantio de árvores em todo o Estado. As novidades, que prometem tornar as ruas cariocas menos fumacentas, foram anunciadas ontem junto ao novo carro-chefe da política ambiental fluminense: o uso de 5% de biodiesel no transporte público.
O índice é ambicioso. O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel só previa que a meta fosse alcançada em 2013, mas chegará ao Rio já no ano que vem. Nos outros Estados, está prevista a adição de apenas 2% do combustível no mesmo prazo.
Três mil ônibus que circulam no Estado do Rio participarão da fase inicial do projeto. Ontem, os primeiros coletivos movidos a B5 - como é conhecida a mistura entre diesel e 5% de biodiesel - já rodavam na capital, Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu. Nos próximos quatro meses, o desempenho dos motores e a qualidade do ar serão monitorados pela Agência Nacional do Petróleo. O programa chegará até o fim do ano que vem a 18.300 veículos de 232 empresas vinculadas à Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio (Fetranspor).
- Vamos respirar um ar 7% mais puro - comemora o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes. - Não é só a antecipação de um objetivo. Estamos recolocando o Rio em uma posição de liderança em relação aos outros Estados.
A onda verde entre os coletivos cariocas é patrocinada pela Fetranspor, que mobilizou duas montadoras de ônibus para desenvolverem a tecnologia dos motores que receberão o novo combustível.
O órgão também pretende lançar, no próximo semestre, o cartão Riocard Ecológico. Os usuários que adquirirem o novo vale-transporte contribuirão para o Programa de Compensação Ambiental da empresa, que pretende plantar 200 mil árvores por ano.
- Com o fim do vale-transporte de papel, já deixamos de derrubar 11 mil árvores por ano - destaca Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor. - Também já avaliamos mais de 150 mil veículos na última década. Não temos ônibus no Rio com fumaça preta.
Os coletivos que controlarem as emissões de gás carbônico ganharão um selo verde de excelência. A Fetranspor também discute a instalação de sensores nos canos de descarga para ter informação em tempo real da quantidade emitida de poluentes.
- É um programa de ponta, que mostra o compromisso do Rio com o desenvolvimento sustentável - avalia o governador Sérgio Cabral.
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Jornal do Brasil, 06/06/2007)