A cerimônia de comemoração do Dia do Meio Ambiente, realizada ontem (05/06) no Palácio do Planalto, serviu para a ministra Marina Silva fazer um balanço das atividades do ministério desde o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mostrar que o país superou um "apagão florestal" desde então, quando o governo federal começou, há quatro anos, a investir em programas de combate ao desmatamento.

- Tivemos a redução do desmatamento em 51% nos últimos dois anos. Na Mata Atlântica, a redução foi de 75% - comentou Marina Silva.

- Criamos 20 milhões de hectares de reservas florestais nos últimos quatro anos, temos hoje 60 milhões e vamos chegar a 90 milhões até 2010. Essas reservas vão dar condições para diminuirmos a perda da biodiversidade - destacou Marina.

De acordo com a ministra - que foi endossada pelo presidente em exercício, José Alencar - o importante hoje é debater como o país pode crescer sem afetar o setor ecológico.

- O desafio é reconciliar o desenvolvimento com a proteção ao meio ambiente. Na questão do biodiesel, por exemplo, há razões econômicas muito fortes, mas a principal razão pela qual o mundo está ligado à questão é a que envolve o meio ambiente - analisou Alencar.

Tal desafio observado pelo presidente em exercício serviu de mote para que a ministra comentasse as licenças ambientais para hidrelétricas em fase de construção na região Norte. Marina negou qualquer desentendimento com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que já cobrou mais empenho do Ibama na questão para destravar os projetos do complexo do Rio Madeira - as usinas de Jirau e Santo Antônio.

- Não temos um prazo a colocar, mas estamos trabalhando em regime de urgência (para as licenças) - disse Marina. - Não tenho nenhum problema pessoal com a ministra Dilma, tenho respeito pelo trabalho dela. Essa oposição aparece muito na imprensa.

Na linha da ministra - que enfatizou o empenho do governo em preservar as florestas desde que assumiu, dando mostras de críticas às gestões anteriores - o presidente em exercício lembrou, no discurso, que em 2000 e 2001 havia 18.165 quilômetros quadrados de áreas devastadas, e 23 mil km² em 2002.

- Revertemos isso. Mais de 430 milhões de toneladas de dióxido de carbono deixaram de ser lançadas na atmosfera em quatro anos - enfatizou Alencar.

O dia também foi marcado por protestos em Brasília. A WWF (Fundo Mundial para a Fauna e Flora Silvestres) plantou 6 mil balões biodegradáveis no gramado do Congresso, representando 6 milhões de toneladas de gases do efeito estufa emitidos pelo Brasil por dia. Em greve, funcionários do Ibama também realizaram manifestação em frente ao Palácio do Planalto.

(Por Leandro Mazzini, Jornal do Brasil, 06/06/2007)