A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) estuda obrigar as dragas de areia a portar equipamento de rastreamento por satélite (GPS ou Global Position System).
A providência estava em estudo, mas foi antecipada após a publicação da série de reportagens de Zero Hora no domingo (3/6) e na segunda-feira. Ela mostra a ação clandestina de dragas que fez desaparecer praias e pontais do Rio Jacuí.
- Por meio desse aparelho, será possível verificar se a draga realiza extração clandestina, fora de horário e locais autorizados - adianta Sidnei Zomer, chefe da Divisão de Mineração da Fepam.
A Fepam informa que, nos últimos cinco anos, foram lavrados 60 autos de infração contra empresas proprietárias de dragas no Rio Grande do Sul. Isso aconteceu apesar das notórias deficiências de pessoal no órgão estatal. Existem apenas 10 técnicos habilitados para a fiscalização de minérios na Fepam e muitas vezes eles têm de deixar de apurar situações porque estão envolvidos no atendimento de pedidos de licenciamento de lavras minerais.
A Fepam determina também que, de agora em diante, só sejam autorizadas lavras se comprovados que os volumes a serem extraídos são menores do que a capacidade natural de reposição da areia retirada do rio. Para diminuir o impacto já causado ao Jacuí, está em estudo a abertura de lavras no Guaíba e na Lagoa dos Patos.
(Por Carlos Wagner e Humberto Trezzi, Zero Hora, 06/06/2007)