Entidades ambientalistas gaúchas aproveitaram o Dia Mundial do Meio-Ambiente, comemorado na terça (5/6) para criticar a política do governo estadual para o setor. Nesta quarta, ocorrerá um protesto, no centro de Porto Alegre.
Em coletiva de imprensa realizada na Assembléia Legislativa, o tema da celulose foi o principal alvo das críticas. Vicente Medaglia, da organização não-governamental Ingá, explica que as entidades são contrárias às políticas adotadas pelo governo estadual na questão das indústrias papeleiras que estão atuando no Rio Grande do Sul.
“O objetivo foi chamar atenção para o fato de que o governo estadual, a exemplo do federal, está desconsiderando as leis ambientais e desvalorizando a proteção ao meio-ambiente, especificamente com esta política de facilitação da silvicultura, a revelia do zoneamento que foi realizado pela Fepam”, diz.
As constantes trocas de comando na Secretaria do Meio-Ambiente e o desrespeito às normas estabelecidas pelo Ministério Público Estadual para o plantio de lavouras de eucalipto seriam medidas tomadas pelo governo para atender aos interesses das indústrias de celulose.
Em manifesto divulgado, os ambientalistas defendem que o zoneamento realizado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), que estabelece regras para os projetos de celulose, seja respeitado.
Para Vicente Medaglia, o Estado está desconsiderando a legislação ambiental. “Infelizmente, é uma situação crítica, pela qual o Estado passa hoje. Com uma total desconsideração da política ambiental, por parte do governo estadual. É uma coisa que já prevíamos, antes mesmo da eleição da governadora. Mas, no fim das contas, está servindo para unificar as lutas dos movimentos que estão preocupados com o nosso futuro”, afirma.
Entre as entidades que assinam o manifesto, estão o Núcleo Amigos da Terra e o Semapi, sindicato que reúne os funcionários das fundações estaduais gaúchas.
(Por Luiz Renato Almeida, Agência Chasque, 05/06/2007)