A Polícia Federal realizou duas operações ontem (05/06), Dia Mundial do Meio Ambiente, contra a venda no País de animais silvestres. Cinco pessoas foram presas em Belém (PA) e podem pegar até dois anos de prisão.

Na operação Rosa dos Ventos 4, agentes apreenderam 60 animais em vários pontos da capital paraense, principalmente na tradicional feira Ver-o-Peso e no aeroporto internacional, onde policiais encontraram araras, canários, curiós e sabiás.

Algumas das aves foram encontradas sob o sol forte, a 36°C, sem água e amontoados em pequenas gaiolas. Uma lancha foi usada para fazer a varredura em embarcações que ficam nos arredores da feira.

Armadilhas para captura dos pássaros e gaiolas vazias foram destruídas e queimadas pelos policiais. O delegado Sérgio Rovani, que comandou a equipe de 40 policiais, disse que os animais apreendidos são os preferidos dos traficantes, apesar de não estarem ameaçados de extinção. Eles costumam ser capturados no Norte e enviados para grandes capitais, como São Paulo e Fortaleza, de onde saem para a Europa.

Enquanto os presos eram levados para a sede da Polícia Federal na cidade, as aves seguiam para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Elas podem passar por um processo de readaptação para depois serem soltas nas florestas perto de Belém.

No Amapá, os agentes fiscalizaram feiras livres, rodovias e portos, em busca de animais silvestres presos.

Em São Paulo e Minas, a operação Senhor dos Anéis desbaratou um esquema que falsificava anilhas. As originais são usadas pelo Ibama para identificar aves comercializadas legalmente, criadas em cativeiro.

A polícia seguiu uma denúncia anônima, feita seis meses antes, e expediu 26 mandados de busca e apreensão. Pelo menos dez quilos de anilhas falsas foram apreendidas. Animais silvestres presos também foram encontrados com os falsificadores e serão encaminhados para o Parque Ecológico do Tietê.

Areal
Em Sergipe, duas pessoas foram presas ontem na cidade de São Cristóvão, numa área onde areia era retirada ilegalmente. Hermínio da Conceição foi autuado por usurpação de bem público da União e crime de extração ilegal de minérios. Segundo a Polícia Federal, essa é a segunda vez que Conceição é autuado por crime ambiental.

No mesmo município, também foi detido Wellington Silva, com cinco caçambas cheias de areia e uma escavadeira. Ele reconheceu o crime e disse que tentava conseguir a licença ambiental, mas que manterá a atividade mesmo se não a obtiver. Silva disse que poderá processar a prefeitura de Aracaju por não ter lhe dado licença para trabalhar.

(Por Antônio Carlos Garcia, Carlos Mendes e Cristina Amorim, Estado de S. Paulo, 06/06/2007)