O cloro usado pelos insurgentes iraquianos para matar civis, pode não ser o único químico a ser usado como arma. Inspetores das Nações Unidas alertaram que outras substâncias tóxicas podem estar sendo desenvolvidas para os ataques. "Além do cloro que existe atualmente em todo o país, agentes não estatais poderiam também tentar adquirir outras substâncias mais tóxicas, produzidas localmente ou usadas no exterior", avisou a Comissão para a Inspeção, Vigilância e Verificação do Desarmamento no Iraque (Unmovic) no último relatório, divulgado em seu site.
Os insurgentes têm utilizado ultimamente substâncias químicas industriais tóxicas como o cloro, em combinação com explosivos para sua dispersão. O objetivo é causar dano à população indefesa, segundo a Unmovic. O texto acrescentou que "esses ataques mataram dezenas de pessoas e causaram lesões em centenas em todo o Iraque". Até agora foram registrados "pelo menos 10 ataques usando diversas quantidades de cloro", e "as forças de segurança impediram várias tentativas", explicaram os analistas. Eles lembram que "os agentes de guerra química ou biológica usados em pequenas quantidades podem ser mortais".
A ameaça é possível por "diversos fatores", entre os quais "a existência no país de amplos conhecimentos sobre as armas químicas, pois centenas de cientistas e técnicos participaram do programa de armas químicas do passado", acrescentou o texto, em referência ao regime de Saddam Hussein. A Unmovic diz ter localizado por satélite estruturas destruídas em 2004. Os equipamentos que estavam nelas, e que podem ser utilizados para a produção de lotes pequenos de agentes de guerra química, estão hoje em local "desconhecido".
Na terça-feira, 5, o exército dos Estados Unidos informou que a insurgência iraquiana poderia ter utilizado gases químicos na explosão de um carro-bomba na província de Diyala, a nordeste de Bagdá. O ataque não causou nenhuma vítima mortal, mas alguns soldados sofreram problemas respiratórios e de visão. "Estamos investigando o incidente para verificar se substâncias químicas foram utilizadas no ataque", afirmou o exército.
(Efe, 06/06/2007)