Há interesses por trás do aquecimento global, apontam especialistas gaúchos
ipcc
2007-06-06
Há interesses políticos e econômicos por trás da questão científica do aquecimento, na visão do geógrafo Marcos Iob Boldrini, formado pela UFRGS. “A ONU é um órgão que advoga aquecimento global. Então quem esta articulado a ela acaba, de certa forma, ficando amarrado a esse consenso”. Boldrini afirma que “movimentos aparentemente de massa, assim como os órgãos ambientais, são claramente grupos ligados à esquerda, ideologicamente definidos”.
Por trás do discurso de que o mundo está aquecendo, está implícita uma critica ao capitalismo, que utiliza mal os recursos do Planeta. Boldrini também contesta a crença de que os Estados Unidos é o maior culpado do aquecimento da Terra. “É um movimento antiamericano. Na verdade, o vilão do momento é o maior poluidor da atmosfera e de uso de dejetos, mas também é o país que produz as soluções mais viáveis contra isso”. Para o biólogo e meteorologista Eugênio Hackbart, as noticias alarmantes são também uma forma de ameaça e pressão. “Já que a Amazônia vai desaparecer, por que a gente não tira o máximo de madeira de lá? Para não apodrecer”, ironiza o meteorologista.
No site da MetSul Meteorologia (www.metsul.com), Hackbart diz, no inicio de 2007, o mundo foi bombardeado por noticias e previsões alarmantes a respeito do aquecimento global. Uma matéria do jornal inglês The Independent suscitava a previsão de que o ano seria o mais quente da história, utilizando como fonte a unidade de Pesquisa sobre o Clima da Universidade de East Anglia. A reportagem não informava que, na década de 70, a mesma universidade assinou um trabalho intitulado “Há 30 anos a Terra se esfria”, fornecendo dados correntes e históricos que levaram à conclusão sobre um resfriamento global. O problema está nas pessoas que transmitem o conhecimento, explica Boldrini. “Em um debate sobre o aquecimento global, se alguém da imprensa pega só um lado da questão e coloca isso na TV Globo, líder de audiência, para o povo leigo que não tem conhecimento, é uma verdade absoluta”.
(Por: Mariana Baierle Soares e Michele Rolim, especial para o Ambiente JÁ, 05/06/2007)