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ipcc
2007-06-06
“No futuro, em 10 ou 15 anos o mundo estará preocupado com o resfriamento da Terra”, prevê o biólogo e meteorologista Eugênio Hackbart, da Metsul Meteorologia – antiga Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo. Contrariando as previsões de aquecimento global – como  da Organização das Nações Unidas (ONU) alertando que 30% das espécies serão extintas, relatório divulgado em Maio -, ele as considera “alarmistas” e “catastróficas”. Para Hackbart, o fenômeno que está sendo discutido agora nada mais é do que um aquecimento natural deste período.
   
O aquecimento é da atmosfera e não do continente, argumenta. Caso contrário, se deveria analisar o magma incandescente (o centro da Terra), que chega a uma temperatura de até oito mil graus. “O grande fator de aquecimento da atmosfera é a atividade solar”, garante. A teoria da MetSul Meteorologia é de que o aumento de calor ou de frio acontece de forma cíclica, ou seja, ciclos de resfriamento e de aquecimento se alternam na história da Terra.

“Na década de 70, a grande discussão era a preocupação com o congelamento do Planeta”, lembra o meteorologista. Inclusive, em julho de 1974, O Estado de São Paulo divulgou que o mundo se encaminhava para uma nova era glacial, diz mostrando o jornal. “Nós estávamos justamente num período de resfriamento do Planeta, na verdade, chegava ao fim esse processo”. Ou seja, “o aquecimento discutido, analisado e apresentado agora nada mais é do que um aquecimento natural deste período e que se fez presente nas décadas de 30 e 40”, sustenta Hackbart.

O sol com seu ciclo constante de aproximadamente 11 anos e o Oceano Pacífico com tendências predominantes que duram de 20 a 30 anos (Oscilação Decadal do Pacífico) determinam o comportamento da temperatura no Planeta. Nas fases frias, como observadas no começo do século 20 (anos 50 e 60), o planeta se resfria e, nas fases quentes (anos 30 e 40 e décadas de 80 e 90), observa-se o aquecimento. “Isso é possível de se observar pelos gráficos e registros históricos que temos dos últimos cinco, seis ciclos”. Na MetSul Meteorologia é realizado acompanhamento diário das temperaturas máxima e mínima, umidade relativa do ar, velocidade dos ventos, pressão atmosférica, velocidade e direção dos ventos e condições climáticas desde 1987. “Os gráficos que os institutos têm disponíveis, com mais de cem anos – em 1850 os Estados Unidos já tinham registros regulares -, registram exatamente esses ciclos de aquecimento e resfriamento”, explica.

Hackbart refuta a tese de que o inverno hoje não é mais tão frio como antigamente, conforme está no senso comum. “Se há comprovação de que temos ciclos climáticos, era previsível que, nessa época, teríamos o aquecimento da atmosfera. É natural. Há 60 anos poderíamos dizer isso porque os ciclos são regulares”, garante Hackbart.

Por isso, o acompanhamento meteorológico ao longo das décadas é importante. “Infelizmente, a utilização da meteorologia é muito imediata. A mesma população que acompanha a previsão do tempo para saber se vai chover, não utiliza os dados da meteorologia para seu negócio”. Para ele, a formulação de tendências climáticas é extremamente útil ao planejamento das empresas e do setor rural, a tecnologia hoje existente já permite antecipar cenários de seis meses a um ano, indicando risco de estiagem ou chuva excessiva.

Atividade humana
O meteorologista Solismar Damé Prestes, do 8º Distrito de Meteorologia, pondera que o aquecimento se dá devido a dois fatores: à questão natural, sempre ocorreu aquecimento no Planeta, e devido ao efeito do homem. “Mas o quanto cada um dos fatores contribui para o aquecimento, não temos como quantificar”, acrescenta.
Eugênio Hackbart não considera correto dizer que 90% do aquecimento é causado pela atividade humana, como o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC).  “Que o Planeta está aquecendo, está. Nós não negamos isso. O que está em discussão são causas”, afirma. Ele concorda que o homem maltrata e envenena o Planeta – “e isso é absolutamente condenável” -, mas concluir que o aquecimento da atmosfera é conseqüência quase integral da atividade humana é “altamente discutível”, pois se trata de “uma questão natural do próprio ciclo que vivemos hoje, assim como aconteceu em séculos anteriores, ciclos bem definidos de 25, 30 anos”, defende Hackbart.

Hoje essa questão se tornou uma “neurose”, diz. “Qualquer calor de 35 graus é atribuído ao aquecimento global. Não é por aí”. Alega que em aquecimento anteriores, o Planeta e as espécies não desapareceram, ocorrendo o resfriamento posterior. Os recordes de calor no Rio Grande do Sul são dos anos 1917 e 1943. “Se a população se guiar por tudo que está sendo sublinhado pela mídia como verdadeiro perderá todas as esperanças. Mas se analisarmos o retrospecto histórico, veremos que não é bem assim”.

O aumento e a intensidade dos fenômenos climáticos, como furacões, não são evidências de interferência humana no clima. “Os maiores especialistas do mundo em ciclones concordam que os intensos furacões de 2004 e 2005 que atingiram os Estados Unidos tiveram como causa principal um ciclo natural de aquecimento do Atlântico Norte”, postula ele.

Hackbart também não compartilha da hipótese levantada de que o aquecimento é constante e irreversível.  “Sequer se projeta a possibilidade de que daqui 10 ou 15 anos se observe novo resfriamento”. Os relatórios divulgados pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) nem mesmo mencionam essa possibilidade, critica. Ele alerta para responsabilidade na divulgação destes relatórios sobre o estado emocional e psicológico da humanidade. Defende a necessidade de tornar o Planeta mais saudável, menos agredido.  “Por outro lado, sabemos que a atmosfera tem grande capacidade de renovação. Apesar de toda essa barbaridade, da agressão, ela tem mecanismos de recuperação”.

Solismar Prestes, do 8º Distrito de Meteorologia, não compactua das idéias de Hackbart. Assinala que, desde 1995, se observa o aquecimento mais intenso e gradual do globo terrestre e não visualiza um possível resfriamento. Acredita que o aquecimento hoje pode ser visto de forma positiva para a humanidade. A partir do aumento de calor, o mundo passou a se preocupar com fontes renováveis de energia e biocombustivel. “Se não ocorresse isso, talvez a humanidade fosse depender sempre do petróleo”, exemplifica. Hackbart contesta dizendo que a influência da atividade solar na temperatura planetária está comprovada em estudos da Nasa e por outros centros de meteorologia do mundo, acrescentando que o aquecimento do planeta teve início ainda no século 19, com o término da pequena idade do gelo, quando os níveis de emissão de poluentes eram irrisórios.

(Por: Mariana Baierle Soares e Michele Rolim, especial para o Ambiente JÁ, 05/06/2007)

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