O Dia Mundial do Meio Ambiente foi comemorado ontem (05/06), mas no Brasil, a data relembra o quanto ainda precisa ser feito pelo patrimônio ambiental. Essa é a avaliação de duas organizações não-governamentais que lutam pela preservação da biodiversidade de vários biomas existentes no país.
De acordo com o presidente da Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação, Ibsen de Gusmão Câmara, houve um aumento no número de unidades de conservação, principalmente, na Amazônia. No entanto, segundo ele, algumas áreas de conservação estão em situação de abandono.
“As unidades foram criadas no papel e não foram implantadas como deveriam ser. Além disso, fora delas, a devastação avançou através dos tempos e agora isso acontece com mais intensidade”, aponta. Para ele, é preciso que o governo federal dê mais atenção a áreas da mata atlântica no Nordeste, além do cerrado e do Pantanal, por causa do avanço da agricultura.
A coordenadora-geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica, Elizete Siqueira, ressalta ainda que se faz necessário um programa de recuperação para garantir e reduzir a perda de biodiversidade das unidades de conservação.
Mas, na opinião da coordenadora, também existem aspectos positivos a lembrar. A aprovação da Lei da Mata Atlântica (11.428, de 2006) é uma delas. A norma estabelece a proteção e a restauração do bioma. “Houve um esforço razoável do governo federal, do ponto de vista de criação das áreas de conservação, mas essa lei vai possibilitar um programa de restauração da mata”, avalia.
Atualmente existem 288 áreas protegidas e conservadas pelo governo federal. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, foram criadas 61 unidades durante o primeiro mandato do presidente Lula. A meta do governo é chegar ao final de 2010 com 90 milhões de hectares de áreas protegidas – um território equivalente ao do estado do Mato Grosso.
(Por Monique Maia,
Agência Brasil, 05/06/2007)