O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta terça-feira (05/06), que é tarde demais para interromper o programa nuclear iraniano e descartou que a disputa possa ser resolvida com o uso da força. Ele exigiu ainda que a questão seja tratada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e não pelo Conselho de Segurança da ONU. “O Irã já ultrapassou o ponto em que eles exigem que o programa seja interrompido”. "A potências arrogantes podem fazer novas ameaças e atividades hostis, mas estas atividades não os salvarão e não mudarão a situação na região", acrescentou o líder iraniano.
Ahmadinejad alertou os Estados Unidos e seus aliados que não obriguem as Nações Unidas a impor novas sanções aos iranianos e minimizou a importância dos pedidos dos Estados Unidos e da França por mais rigor nas medidas. "O Conselho de Segurança deve parar de defender os interesses de alguns governos, e tem que defender os direitos dos povos com base nas leis". O Conselho de Segurança da ONU está preparando o debate de uma terceira etapa de sanções contra a República Islâmica caso ela insista em dar continuidade ao enriquecimento de urânio.
O Irã também acusou as "potências arrogantes" de tentar provocar a preocupação entre os países vizinhos devido a seu programa nuclear, a fim de "promover a separação entre os povos da região". Além disso, rejeitou as acusações dos EUA contra Teerã de interferir nos assuntos do Iraque e do Líbano, e afirmou que "o Irã busca a unidade e a independência do Líbano". Ahmadinejad exigiu mais uma vez que as tropas estrangeiras saiam da região, especialmente do território iraquiano, já que "tanto o povo do Iraque como os outros povos da região não querem a presença dos estrangeiros na zona".
(Efe e Associated Press, 05/06/2007)