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rio 2012/cúpula da terra
2007-06-05

Para Steiner, ex-membro de ONGs, a Rio-92 levou o movimento ambientalista a um novo patamar, mais profissional e técnico

Sem a Rio-92, talvez a vida do alemão Achim Steiner fosse completamente diferente hoje. Ambientalista de carteirinha, ele assumiu no ano passado um dos cargos políticos mais importantes de sua área: a coordenação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). É um exemplo de que os então “ecochatos” de 1992 ganharam importância desde a conferência e passaram a atuar menos focados no ativismo e mais na busca de soluções integradas com governos. “Neste momento é crucial centrar esforços nas nações.” Da Noruega, onde lança hoje o Dia Mundial do Meio Ambiente, ele conversou com o Estado.

Estado - Ainda sentimos os impactos da Rio-92 ou eles se diluíram?
Steiner -  preparação para a conferência foi o maior exercício de mobilização que já se viu no movimento ambientalista, particularmente entre a sociedade civil. Nunca devemos subestimar a influência desses setores: esse é o maior legado da Rio-92. A reunião também deu novas direções para o ambientalismo e criou um pensamento forte sobre desenvolvimento sustentável, que tem sido replicado desde então.

Estado - Contudo, o conceito de desenvolvimento sustentável mudou nesses 15 anos e a Agenda 21, seu principal instrumento e um dos principais resultados da conferência, não foi totalmente implementada. Ela foi esvaziada de sentido?
Steiner - Ninguém sério hoje questiona o conceito do desenvolvimento sustentável. O problema é que sua interpretação ainda é feita de forma bastante diferente, às vezes aberta demais. Após a Rio-92 o movimento ambientalista se tornou muito mais organizado e profissional, mas não engajou a sociedade nos tópicos do setor, como energia e desenvolvimento econômico.

Estado - Como o movimento ambientalismo se afastou da sociedade?
Steiner - Só nos últimos anos a comunidade ambientalista aceitou que não é mais só ativista mas parte do grupo responsável por a sociedade se desenvolver, inclusive economicamente. Esse é um dos motivos pelos quais hoje as instituições ambientalistas são mais profissionais, confiáveis e capazes de contribuir tanto para o debate quanto para a solução.

Estado - O sr. saiu de uma ONG e assumiu um cargo na ONU. Os ambientalistas se converteram em políticos?
Steiner - Acho que não. Acredito que as ONGs atingem a sociedade com um impacto que não se reflete nos governos, e chegar a um consenso intergovernamental é urgente. Sem isso todos nós vamos bater de cara na parede. Por isso decidi me mudar para a ONU, pois acho que neste momento é crucial centrar esforços nas nações. Ao mesmo tempo, é crítico que haja ativismo tocante ao ambiente, porque a sociedade muda lentamente e os políticos dão respostas ainda mais lentas. Então criar preocupação é essencial para que os líderes mundiais se mexam, estejam interessados ou não. Há outra questão: organizações ambientalistas hoje são altamente qualificadas tecnicamente e parte na construção de soluções.

Estado - O IPCC indica que o desenvolvimento sustentável pode ajudar a conter as mudanças climáticas perigosas. Por outro lado, também aponta que as mudanças climáticas, se não contidas, podem atrapalhar a implantação de modelos sustentáveis de desenvolvimento. Onde atua a Convenção-Quadro de Mudanças Climáticas?
Steiner - Se analisarmos os últimos 15 anos, a convenção teve um papel fundamental em criar o consenso de que precisamos agir, algo que o IPCC de certa forma subestimou. As dificuldades que enfrentamos se devem a diferenças econômicas e ideológicas, e as nações não conseguem se unir num processo eficiente. O estabelecimento da convenção foi um grande evento, mas existe a ilusão de que ela se faz em pequenos passos. O tema não pode depender mais de pequenos passos, portanto buscamos neste e no próximo ano remontar o interesse comum. Afinal, não teremos outro fórum onde nações possam realmente colaborar entre si.

Quem é:
Achim Steiner

É especialista em economia ambiental e desenvolvimento; estudou nas universidades de Londres, Oxford e Harvard e foi diretor-geral da ONG IUCN
É cidadão alemão, apesar de ter nascido no Rio Grande do Sul em 1961
(Por Cristina Amorim, Estado de S. Paulo, 05/06/2007)


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