O aquecimento global, a destinação de resíduos, a reciclagem e o reaproveitamento do lixo e da água são motivos de preocupação e hoje (5/6), Dia Mundial do Meio Ambiente, ganham destaque. Algumas empresas ampliaram, nos últimos anos, cuidados em sua cadeia produtiva e de fornecedores, visando à proteção ambiental.
Para o coordenador do Conselho de Meio Ambiente da Fiergs, Torvaldo Marzolla Filho, cada vez mais as empresas estão preocupadas com a certificação de produtos e matérias-primas. Algumas entidades e instituições desenvolvem balanços socioambientais paralelamente ao econômico, de forma a comprovar os investimentos em sustentabilidade e preservação. 'O Brasil representa apenas 1% das exportações mundiais, mas esse índice deverá crescer. Porém, a exigência dos mercados estrangeiros é cada vez maior e, por isso, as certificações são necessárias', comentou.
Marzolla Filho salientou que o RS é um dos estados mais avançados no país no cumprimento às exigências ambientais e citou indústrias de fertilizantes, siderurgia e tecnologia, como as fábricas de telefones celulares. Essa preocupação foi reforçada com a criação do Balcão Ambiental - uma cooperação entre a Fiergs e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente - destinado a auxiliar as empresas na obtenção dos licenciamentos ambientais.
Um exemplo é a Vida Desenvolvimento Ecológico, em Eldorado do Sul, que atua com reciclagem de resíduos sólidos, em parceria com indústrias de celulose, transformando fibras que sobram da produção de papel em húmus. Com 102 funcionários e quatro filiais no país, a empresa fornece insumos a produtores rurais e floriculturas. Segundo o gerente operacional, engenheiro agrônomo Fernando Bergamin, evita-se que resíduos sejam colocados em aterros e poluam o lençol freático. 'Quando iniciamos a parceria, há quase 20 anos, poucos tinham a consciência da preservação. Além de proporcionar o reaproveitamento do material descartado pela indústria, o trabalho ajuda a diminuir o desmatamento.'
Papa-pilha ajuda a preservar
Outro exemplo da preocupação do setor empresarial com o ambiente é o Programa Real de Reciclagem de Pilhas e Baterias, em Porto Alegre, Campinas (SP) e João Pessoa (PB), implementado pelo Banco Real. Desde janeiro, foram recolhidas 7,5 toneladas de pilhas e baterias nos pontos instalados em Porto Alegre, onde a proposta tem a parceria da Secretaria do Meio Ambiente.
Em abril, a Capital ganhou mais 42 pontos de coleta, além de 13 agências do banco. Um deles está localizado no prédio do Correio do Povo. O consultor socioambiental do banco, Victor Hugo Kamphorst, ressaltou que a meta é colocar equipamentos nas 479 cidades em que possui agências, até 2008. As pilhas são levadas a uma empresa de São Paulo. Escolas também participam do projeto.
Os papa-pilhas recebem pilhas e baterias de celulares, relógios, laptops, palmtops, filmadoras, calculadoras e câmeras digitais. Entre as substâncias presentes nas pilhas estão mercúrio, níquel, chumbo e cádmio, que podem contaminar água e alimentos se não forem descartadas adequadamente. Kamphorst salientou que, das 1.092 agências distribuídas no país, 1.056 contam com coleta seletiva.
(Correio do Povo, 05/06/2007)