O presidente da Unica (União das Indústrias de Cana de Açúcar), Eduardo Pereira de Carvalho, afirmou que os usineiros terão que se adequar ao novo prazo para extinguir as queimadas, mas que enfrentarão dificuldades para isso. "O fim das queimadas já está ocorrendo, mas é claro que teremos dificuldades", disse Pereira durante o Ethanol Summit, realizado em São Paulo.
Ele listou cinco principais problemas que deverão ser superados pelos produtores. 'As usinas de máquinas não estão preparadas para atender esse aumento de demanda. Eles vão negar, mas não estão. Em segundo lugar, nem todas as variedades são próprias para a colheita mecânica. Terá que ser feita uma adaptação de todo o terreno onde a cana-de-açúcar for plantado.'
Ele acrescenta que o micro ambiente poderá ser prejudicado, uma vez que as queimadas também eliminam algumas pragas. "O quinto problema será uma pequena perda de produtividade, uma vez que a colheita mecânica faz com que entre 5 e 10 centímetros de cana fiquem na lavoura", afirmou.
No entanto, ele foi enfático ao dizer. "Teremos que cumprir a determinação do governo de São Paulo".
Ainda segundo ele, a mecanização se torna cada vez mais inevitável. "A mão-de-obra para cortar cana já está sendo importada. Além disso, os problemas trabalhistas que isso tem gerado mostram para os empresários que o caminho tem que ser outro [mecanização]", afirmou Carvalho.
(Márcio Rodrigues,
Folha Online, 04/06/2007)