Começou na segunda-feira (4/6) a Semana do Meio Ambiente, que prevê até sábado uma série de atividades em comemoração à data registrada na terça-feira. No dia dedicado ao Meio Ambiente, a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) apresenta em audiência pública, às 10h na Câmara de Vereadores, o plano de arborização para a cidade que tem como carro-chefe o plantio em diferentes pontos da área urbana. A meta é plantar 15 mil mudas.

A SQA planeja desenvolver, ainda, atividades voltadas à educação e à conscientização ambiental. Um exemplo disso é o projeto em parceria com o Lar Espírita Dona Conceição localizado na rua Conde de Porto Alegre (entre 15 de Novembro e Félix da Cunha). “A previsão é plantar 40 mudas de pata de vaca, cássia aleluia e extremosa, que serão adotadas pelas crianças da entidade“, disse o titular da SQA Leonardo Cardoso.

Para este mês a SQA prevê ainda o plantio de 40 hibiscos na avenida Domingos de Almeida, cinco ipês amarelos na rua Andrade Neves e seis na lateral do Colégio Félix da Cunha, dez timbaúvas na avenida São Francisco de Paula, cem hibiscos na avenida Adolfo Fetter, 40 cássias aleluias e 20 ipês amarelos na rua Barão de Santa Tecla e 20 espécies nativas na Vila Princesa.

Inspiração
Segundo o titular da SQA, Leonardo Cardoso, a inspiração para o plano de arborização veio da própria cidade. “É um resgatar da auto-estima do pelotense, uma busca pela melhoria na qualidade de vida das pessoas. Numa ação local para um problema global, queremos promover a informação, a construção do conhecimento e a conscientização dos munícepis”, afirmou. Para ele, o plano de arborização é uma necessidade em virtude do baixo índice de área verde: 4,7 m2/por habitante quando o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 12 a 15m2/por habitante.

De acordo com o engenheiro agrônomo e professor de Botânica da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Rogério Ferrer, para elevar o índice a 12m2/por habitante seria necessário plantar 120 mil árvores com copa média de 20m2 (pequeno, médio e grande porte) em áreas verdes, como canteiros centrais e calçadas. Outra possibilidade apontada por Ferrer seria, dentro deste número, plantar menos árvores e o restante dividir entre parques e praças contando ainda com a inclusão de ciclovias.

“Acho fantástico o plano de arborização da SQA, mas para isso ele tem que ser objetivo: o que, como, quando e quanto vamos plantar, ou seja, o que vai ser feito”, disse o agrônomo. “Plantio de árvores tem época certa: entre maio e setembro. Não basta plantar. Tem que acompanhar por um bom tempo o desenvolvimento das árvores e o plano diretor deve apontar para isso com, no mínimo, infra-estrutura humana e material suficiente para a demanda.”

O que diz o Compam
De acordo com o coordenador do Conselho Municipal de Proteção Ambiental (Compam), Amilton Moreira, em uma cidade pobre de área verde como Pelotas, um plano de arborização tem importância fundamental. “Estou esperançoso com esta ação da SQA. Espero que realmente saia, afinal, a qualidade de vida de todos os cidadãos está em jogo”, pontuou.

Alternativa
Além da iniciativa de arborizar alguns pontos da cidade de Pelotas promovida pela SQA há um projeto do Banco Mundial (BM) que terá atuação semelhante ao do órgão municipal. Segundo o coordenador da Unidade de Projetos ligada à Secretaria de Coordenação e Planejamento (SCP), Jair Seidel, algumas ruas de Pelotas foram contempladas pelo BM (ver quadro) e terão ações de arborização. “A definição final dos projetos urbanísticos só ocorrerá após aprovação do Plano Diretor de Arborização e Urbanismo, que encontra-se em fase de conclusão”, disse.

Monumenta
O Projeto de Revitalização Urbanística e Paisagística da Praça Coronel Pedro Osório, elaborado pela arquiteta Eulália de Souza Anselmo e pelo engenheiro agrônomo Frederico Ribeiro Karam, envolve os seguintes itens: vegetação, pavimentação, comunicação visual e sinalização, mobiliário urbano (bancos), lixeiras, orientação da iluminação.

O início das atividades paisagísticas do projeto Monumenta começou no dia 16 de maio com a remoção da falsa-seringueira que tinha 80 anos e se encontrava no canteiro em frente ao Clube Caixeiral. O tamanho da copa e o raio do sistema radicular do exemplar passavam 20 metros. A justificativa para a intervenção - que obteve aprovação do Compam - é de que a planta prejudicava o desenvolvimento de outras espécies e as calçadas próximas.

Segundo a coordenadora do projeto Monumenta, Carmen Vera Röig, a previsão para a entrega das obras na Praça Coronel Pedro Osório deve ser no mês de outubro. “É um trabalho de querer fazer o melhor sempre. A construção dos bancos que serão colocados é demorada pois apenas uma empresa no Estado fabrica - de forma artesanal- as bases de granito”, disse. “No projeto foi feito um levantamento de espécies e famílias existentes no espaço e quais outras seriam inseridas. Para tal, levou-se em conta a introdução de plantas mais resistentes, ricas em formas e cores e de fácil manejo.”
(Diário Popular, 04/06/2007)