Cientistas nos Estados Unidos logo perderão boa parte de sua capacidade de monitorar os sintomas do aquecimento global, informa um informe confidencial entregue à Casa Branca. No momento em que o presidente George W. Bush se dirige a uma cúpula internacional de nações industrializadas, na qual apresentará uma nova iniciativa para reduzir os gases do efeito estufa, sua administração corta esforços para medir os impactos da elevação das temperaturas.
Em questão, um sistema de satélites caro e repleto de problemas. Por conta de dificuldades tecnológicas e um estouro do orçamento original, de US$ 6,5 bilhões, o Departamento de Defesa decidiu realizar cortes e lançar quatro satélites, ocupando duas órbitas, em vez de seguir o projeto original de seis satélites em três órbitas.
O objetivo dos satélites seria reunir dados sobre o clima e substituir sondas já existentes, que se aproximam do fim de suas vidas úteis, a partir de 2010. O sistema reduzido terá como foco a previsão do tempo. A maior parte dos instrumentos necessários para reunir dados mais precisos sobre as tendências do clima em longo prazo foi eliminada.
Em vez disso, o Pentágono e seus dois parceiros - a Administração Nacional de Oceano e Atmosfera (NOAA) e a Nasa - usarão satélites europeus para obter a maior parte dos dados sobre o clima. Cientistas americanos temem que não serão geradas todas as informações necessárias.
"Infelizmente, a recente perda dos sensores de clima... coloca o programa climático geral em grave risco", escreveram cientistas da NOAA e da Nasa em um relatório para a Casa Branca, obtido pela Associated Press. Eles afirmam que haverá lacunas importantes nos dados sobre calotas polares, nível dos oceanos e lagos, radiação na superfície, tamanho de geleiras, vapor d´água, cobertura de neve e níveis atmosféricos de dióxido de carbono.
(Associated Press, 04/06/2007)