Centenas de manifestantes tiveram de suportar o frio do outono gaúcho, ontem (3/6), para lutar contra as ameaças do aquecimento global.
O vento e a temperatura de 16°C afugentaram a multidão que costuma se reunir aos domingos em torno da Usina do Gasômetro, mas os participantes da Volta pelo Clima, organizada pelo Greenpeace, até se deitaram no chão gelado para fazer um apelo pela preservação do planeta na Semana do Meio Ambiente.
Convocada como uma forma de chamar a atenção para o problema do efeito estufa, a caminhada foi o ponto alto da programação da ONG, que manteve uma tenda durante todo o dia nas proximidades do Guaíba para distribuir folhetos e informações sobre o que cada um pode fazer para preservar a natureza.
- A nossa mensagem é positiva. Queremos mostrar que ainda é possível fazer algo contra o aquecimento global - afirmou o coordenador nacional da Campanha de Clima do Greenpeace, Luís Piva, lembrando que ontem houve eventos similares em Manaus, São Paulo, Rio e Belo Horizonte.
Liderada por um homem em pernas-de-pau e músicos com tambores, a caminhada reuniu cerca de 30 voluntários da organização ambiental e dezenas de participantes. Alguns deles seguravam uma faixa onde se liam algumas das principais recomendações dos especialistas para resguardar recursos naturais: "tome banhos curtos, regule o chuveiro para a estação verão e evite tomar banho entre as 18h e as 24h."
Dois amigos de Gravataí, Alexandre Fraga, 21 anos, e Claudiomar Nunes, 25 anos, chegaram a usar máscaras para protestar contra o descaso com a atmosfera.
- Somos militantes dessa causa - afirmou Nunes.
Ao final do passeio pela Avenida Beira-Rio, a dupla fez parte de um grupo de voluntários que se deitou no frio chão de cimento ao lado da chaminé do Gasômetro para formar, com os próprios corpos, uma mensagem de alerta ambiental: SOS clima.
(Zero Hora, 04/06/2007)