O governo japonês apresentará um conjunto de medidas ambientais dirigidas especialmente a ajudar os países em desenvolvimento durante a cúpula do G8 que começa nesta quarta-feira na Alemanha, informou nesta segunda-feira, 4, a agência local Kyodo. O plano proporá, entre outras coisas, a criação de serviços eficazes de transporte público, assim como sistemas de recolhimento de lixo e de excrementos animais em bairros pobres e zonas rurais, para sua posterior transformação em combustível e adubos.
Segundo o Executivo japonês, estas medidas ajudarão a reduzir as emissões mundiais de gases do efeito estufa e contribuirão para diminuir a poluição e a pobreza nos países em desenvolvimento, sem que se freie seu ritmo de crescimento econômico. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, será o encarregado de expor este plano ambiental na cúpula do G8 que será realizada na localidade alemã de Heiligendamm. Nesta reunião, os líderes de Estados Unidos, Japão, Rússia, Canadá, França, Reino Unido, Itália e Alemanha esperam discutir posturas para lutar contra a mudança climática.
O Japão, que já conta com o apoio dos EUA nesta matéria, oferecerá seus conhecimentos tecnológicos e experiência em novos sistemas energéticos para facilitar a implementação dessas medidas, o que começará com vários projetos pilotos na Ásia. O governo de Abe anunciou em 24 de maio sua proposta de "Esfriar a Terra 50", um ambicioso plano para acabar com o aquecimento do planeta e que pode entrar em vigor assim que terminar a vigência do Protocolo de Kyoto, em 2012. Esta iniciativa pretende reduzir pela metade a emissão mundial de CO2 à atmosfera para 2050, até situar o dióxido de carbono em níveis atmosféricos toleráveis.
Ao mesmo tempo, o Japão está disposto a criar um mecanismo financeiro com "substanciais" fundos para ajudar os países em desenvolvimento a cumprir a redução das emissões. Os países europeus, com a Alemanha à frente, devem apresentar sua proposta pós-Kyoto na cúpula do G8 com um objetivo similar ao japonês: reduzir as emissões de gases pela metade até 2050, embora tome como base os dados de 1990. O plano de Abe não especifica o nível de referência para calcular a redução "pela metade".
(Efe, 04/06/2007)