Oito meses após o desastre que resultou na mortandade de 85 toneladas de peixes, a situação de um dos principais rios gaúchos praticamente não se alterou. Das 25 propostas elaboradas pela força-tarefa criada pelo governo do Estado após o desastre, o saneamento básico é a principal e mais cara. Os projetos elaborados pelos municípios do Vale do Sinos necessitam de R$ 1 bilhão.
O frio e a chuva permitem mais concentração de oxigênio na água e vazão suficiente para diluir os poluentes. Conforme a Fepam, o nível de oxigênio vem baixando a cada ano, gerando problemas maiores na foz do arroio Portão e Luiz Rau. Segundo o engenheiro químico Enio Henriques Leite, da Fepam, a suspensão da captação de água para lavouras do arroz é benéfica para o rio. O esgoto doméstico e a emissão de poluentes preocupam moradores. 'Não acredito na recuperação nos próximos anos. Eu, com 68 anos, não vou ver', lamentou o pescador aposentado Eliodoro Fernandes Ferreira, de Sapucaia.
O coordenador do Sistema Integrado de Gestão Ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Niro Afonso Pieper, informou que, após o desastre, foi intensificada a fiscalização de fontes poluidoras. Prefeituras formalizaram protocolo para criar o Consórcio Público Intermunicipal de Saneamento Ambiental do Vale do Sinos. A idéia é apresentar projetos para serem priorizados pelo governo federal. Cerca de R$ 500 milhões foram solicitados.
(Correio do Povo, 04/06/2007)