Começa hoje (04/06) curso de capacitação para pescadores e comunidades pesqueiras para aprenderem a confeccionar o manzuás, que são armadilhas para a pesca da lagosta. O curso é promovido pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP).
São 59 novos cursos com a duração de 40 horas em nove estados: Ceará, Rio Grande do Norte, Espirito Santo, Paraíba, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Pará, Piauí e Pará. De acordo com a coordenadora geral de Pesca Artesanal da SEAP, Maria Luiza Moretson, os professores selecionados são pescadores que já possuem o conhecimento tradicional da produção do manzuá. Segundo ela, o objetivo desse curso é capacitar os pescadores na confecção dessas ferramentas para a pesca da lagosta, que terá inicio no dia 16 de junho.
“A partir das resoluções do Ibama, a pesca com a caçoeira foi proibida e muitas comunidades perderam essa produção porque nunca pescaram com o manzuá. Essa ação da SEAP visa capacitar e requalificar os trabalhadores para a produção deste apetrecho para a pesca da lagosta”, explica a coordenadora.
O presidente da União dos Pescadores da Caponga (Unipesca), Francisco Soares, mais conhecido como Wilson, espera que esse trabalho de capacitação melhore as condições de vida dos pescadores e da comunidade em geral, pois, segundo ele, a pesca está muito defasada. “É positivo a iniciativa do curso de capacitação e eu gostaria que esse curso se expandisse para as outras praias e comunidades da região”, ressaltou o presidente da Unipesca.
A substituição da rede caçoeira pela armadilha é uma das principais medidas adotadas pelo governo federal para recuperar a pesca da lagosta no país, que vinha sofrendo com a redução de estoques causada pela pesca excessiva e pelo uso continuando de métodos predatórios na captura, como a caçoeira, que captura lagosta miúda e remove o substrato marinho.
As medidas foram tomadas a partir de deliberações do Comitê de Gestão do Uso Sustentável da Lagosta, criado em 2004 pelo governo com o objetivo de planejar ações para reverter a crise. O comitê é formado por órgãos governamentais, instituições de pesquisa e associações representativas de pescadores.
Para se inscrever nesse curso, os pescadores devem procurar os escritórios estaduais da SEAP ou nos municípios onde terão o curso de capacitação.
(Por Luziane Ximenes,
Agência Brasil, 04/06/2007)