Uma possível mutação do vírus da gripe aviária (H5N1) poderia causar a morte de 51 a 81 milhões de pessoas, informa um estudo divulgado na última semana em Paris.
Segundo um relatório conduzido pelo professor Christopher Murray, da Universidade de Harvard, 96% das mortes ocorreriam nos países em desenvolvimento e apenas 4% no mundo desenvolvido.
Em declarações publicadas ontem (03/06) pelo jornal "Le Parisien", Murray disse que, comparando o número de mortes causadas pela gripe espanhola entre 1918 e 1920 com a população mundial de 2004, ele e sua equipe chegaram "à conclusão de que, se ocorresse uma mutação no vírus da gripe aviária, uma hecatombe com entre 51 e 81 milhões de mortos seria possível".
Os países mais afetados seriam os do Sudeste Asiático (30%), os da África Subsaariana (29%) e os do Leste da Ásia (19%).
No entanto, o especialista de Harvard disse na reunião que há "várias razões para esperar que a situação seja menos dramática do que a prevista pelas estimativas dos cientistas": a existência nos tempos atuais de medicamentos antivirais, vacinas contra a gripe e antibióticos para infecções pulmonares secundárias.
Murray alertou para a necessidade de profilaxia caso haja uma infecção bacteriana secundária, um fenômeno muito freqüente em caso da propagação de um vírus humano muito agressivo que, mesmo não causando uma morte imediata, pode debilitar o organismo e favorecer o contágio.
Desde o aparecimento do primeiro caso, no fim dos anos 90, a gripe aviária infectou 306 pessoas e matou 185, a maior parte delas depois de 2003, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mais de 200 especialistas de 23 países participaram da reunião do Instituto Pasteur de Paris para debater os últimos avanços sobre o vírus H5N1.
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EFE, Últimas Notícias UOL, 03/06/2007)