Ativistas do Greenpeace realizaram quarta-feira (30/05) um protesto representando os senadores nacionais rio-negrinos dormindo e estenderam uma faixa com a legenda "Falco - Isidori - Pichetto. Lei de Bosques Já!". "Enquanto a Lei de Bosques estiver dormindo em um caixão, os desmatamentos e desalojamentos de comunidades camponesas e indígenas não pararão. A taxa de desflorestamento média em nosso país supera em três vezes a média mundial. Por isso, precisamos do urgente compromisso de todos os senadores para frear esse verdadeiro desastre ambiental", disse Hernán Giardini, coordenador da Campanha de Bosques do Greenpeace Argentina.
Na Argentina, desmata-se mais de 250 mil hectares de bosque nativo por ano, o que equivale a um hectare a cada dois minutos. A maior parte do desflorestamento é realizada no norte do país pelo avanço da agricultura e da pecuária.
"É muito importante o compromisso dos senadores rio-negrinos de discutir e aprovar o quanto antes essa lei nacional que defenderá nossos bosques nativos", disse Alejandro Yannielo, da Associação Ecologista Piuké da cidade de Bariloche, que também participou do protesto.
A campanha organizada pelo Greenpeace para despertar senadores dará seu próximo passo no próximo dia 5 de junho, Dia do Meio Ambiente, com um "Relojaço" em frente ao Congresso Nacional, que se replicará em várias cidades do país, e para a qual se convida todas as pessoas a participar levando um relógio despertador para fazer com que os senadores "despertem" e aprovem a lei.
"Convocamos a toda população de Bariloche para que no dia 5 de junho à 13h vá ao centro cívico e faça tocar seu despertador para que os senadores deixem de dormir em relação à Lei de Bosques. Temos que parar os desmatamentos e usar racionalmente os bosques", disse Giardini.
A Lei de Orçamentos Mínimos para a Proteção Ambiental dos Bosques Nativos já conta com a meia sanção e é impulsionada por organizações de todo o país, entre elas Greenpeace, a Associação Ecologista Piuké de Bariloche, o Escritório Ecologista de Rosário, a Fundação Proteger de Santa Fé, a Fundação M-Biguá de Entre Rios, o Movimento Camponês de Santiago de Estero (MOCASE), a Organização de Povos e Nações Indígenas na Argentina (ONPIA), a Federação Agrária Argentina, a Federação Argentina da Indústria Madeireira e Afins (FAIMA), a Fundação ProYungas, Fundapaz, a Fundação Vida Silvestre Argentina e a Fundação Ambiente e Recursos Naturais (FARN).
A norma estabelece a moratória aos desmatamentos até que as províncias realizem um ordenamento territorial dos bosques nativos que garanta o uso sustentável dos mesmos, e proíbe explicitamente a concessão de permissões de desmatamentos em zonas tradicionalmente habitadas.
(Greenpeace /
Adital, 31/05/2007)