Antes de embarcar para um giro internacional de pouco mais de uma semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e com o presidente interino do Instituto Brasileiro de Meio-Ambiente (Ibama), Basileu Margarido, para se atualizar no tema da mudança climática.
O presidente fará um discurso na reunião do G8, na Alemanha, e um dos temas é a experiência brasileira com combustível renovável e energia limpa como fontes para reduzir o aquecimento global. Lula colocará o biodiesel como alternativas para a mudança climática e para o desenvolvimento das nações mais pobres do mundo.
O encontro do G8, que reúne as sete maiores economias do mundo (EUA, Japão, Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Canadá) mais a Rússia, está agendado para a próxima sexta-feira (08/06).
AlmoçoLula almoçou com o ex-presidente do Chile Ricardo Lagos, e com Marina e discutiu a mudança climática. A ministra repassou dados ao presidente sobre a iniciativa brasileira com fontes energéticas consideradas limpas.
Além da capital da Alemanha, Berlim, o presidente visitará Londres e Nova Délhi. Lula embarcou para a Inglaterra no começo da noite desta quinta. Em Londres, ele assistirá à partida de futebol amistosa entre Brasil e Inglaterra nesta sexta-feira (01/06).
Lula chega em Nova Déli no domingo (03/06). Na cidade indiana, ele terá um jantar privado com o premiê, Manmohan Singh, e um almoço, na segunda (04/06), com o presidente da Índia, Abdul Kalam, no Palácio Presidencial.
Quando desembarcar na Alemanha Lula terá agendas bilaterais em paralelo ao evento do G8. Ele deve se reunir com o presidente da Nigéria, Umaru Yar´Adua, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o presidente do México, Felipe Calderón, o presidente da Federação Russa, Vladimir Pútin, e o presidente dos Estados Unidos da América, George Bush.
Problemas internosNo entanto, enquanto o Brasil tenta vender-se como exemplo do combate ao aquecimento global, internamente o governo vive um dilema em relação à instalação das hidrelétricas do Rio Madeira, que ainda não recebeu as licenças prévias do Ibama.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, a licença para as duas hidrelétricas, consideradas essenciais para que o Brasil não sofra uma nova falta de energia, ainda depende de análise técnica dos documentos enviados pelos empreendedores responsáveis pelas obras, a estatal Furnas Centrais Elétricas e a Odebrecht.
"Está nos últimas análises, mas ainda não temos um prazo para essa conclusão", disse a ministra. O presidente do Ibama disse que o Instituto quer fazer a análise mais rápida possível para não comprometer o cronograma da obra.
Caso o complexo hidrelétrico do Madeira não consiga a licença prévia, a alternativa será a usina nuclear de Angra 3.
(Por Tiago Pariz,
G1, 31/05/2007)