(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
aterros sanitários
2007-06-01


Pode ser classificado como uma confusão absoluta o processo em curso na cidade de Maceió visando a implantação de um aterro sanitário para desativar o hoje chamado “Lixão de Mangabeiras”. Há cerca de um ano, a Prefeitura de Maceió solicitou e obteve licença prévia para instalar o aterro em Cachoeira do Meirim, região desabitada nos canaviais do Grupo Carlos Lira.

A LP foi aprovada pelo Conselho Municipal de Proteção Ambiental – COMPRAM -, conforme indicação clara dos EIA-RIMA, sustentados por estudos preliminares de professores da Universidade Federal de Alagoas –UFAL. A licença estabelecia vários estudos subseqüentes na área escolhida, que não foram realizados no período de um ano.

Subitamente, a Prefeitura desistiu da área apontada pelos EIA-RIMA e pelo grupo da UFAL como mais adequada dentre outras 16 áreas. Resolveu-se a implantar o aterro sanitário em Guaxuma – bairro e praia homônimos -, no litoral norte de Maceió. A proposta causou “estupefação e inquietude” nas comunidades locais.

“A nossa única certeza é que o aterro não será construído na área da Cachoeira do Meirim. E o motivo é simples, as terras pertencem à usina Cachoeira do Meirim”, disse o vereador Thomaz Beltrão (PT) à agência Alagoas 24 Horas.

Mas a substituição do local escolhido não está se mostrando fácil. A sociedade civil, mais uma vez, reagiu de maneira aguerrida. “A escolha de Guaxuma para o aterro é infeliz sob todos os pontos de vista”, dizem lideranças comunitárias do litoral norte de Maceió, na carta entregue ao prefeito de Maceió, Cícero Almeida, no dia 22 passado.

“Guaxuma é o único vetor de expansão urbana da cidade de Maceió, é região de nascentes e microbacias fundamentais para o abastecimento de água dos bairros do Litoral Norte de Maceió, é região costeira de inestimável valor paisagístico e turístico, além de não possuir área contínua com capacidade de dar vida útil prolongada a um aterro sanitário que ficaria a pouca distância de aglomerados habitacionais já existentes”, coloca o documento, batizado de “Tirar o lixão sim, mas aterro em Guaxuma não!”.

Na versão da Prefeitura, a mudança do local do empreendimento se baseou em um parecer, de esquálidas oito páginas, elaborado pelo Setor de Controle Ambiental da Companhia de Saneamento de Alagoas – Casal. A alegação foi que, se o aterro for em Cachoeira do Meirim, ficará a apenas um quilômetro do espelho d´água da barragem hoje em construção no rio Pratagy – obra a cargo da “navalha” construtora Gautama.  

Para as lideranças dos moradores de Guaxuma, a história é outra. “A Prefeitura quer terceirizar a operação do aterro e a empresa que ganhar vai lucrar muito mais com a proximidade de uma região densamente povoada”, disse a AmbienteBrasil Anivaldo de Miranda Pinto, membro da Associação de Moradores de Guaxuma e representante do Fórum de Defesa Ambiental – FDA – de Alagoas no Conselho Estadual de Proteção Ambiental.

“O fator custo não pode se sobrepor a todos os fatores socioeconômicos e ambientais”, prega ele, registrando que a causa contra o aterro em Guaxuma mobiliza hoje não só os moradores, mas a quase totalidade do setor produtivo na região, sobretudo empresas ligadas ao Turismo e ao mercado imobiliário.

Em nota à imprensa, a própria Companhia de Saneamento de Alagoas esquivou-se de funcionar como argumento da Prefeitura: “A Casal não coloca obstáculo quanto à instalação do aterro na área da Cachoeira do Meirim, desde que sejam adotadas todas as medidas necessárias à proteção dos mananciais de abastecimento de Maceió. Assim, não cabe à Casal vetar ou aprovar qualquer solução para o Aterro Sanitário de Maceió. A empresa tem o dever de alertar para a necessidade de se considerar os requisitos que devem ser observados para a proteção ambiental”.

Conflito
A novela começou com um termo de ajuste de conduta, em que a Prefeitura de Maceió comprometeu-se junto ao Ministério Público Federal a desativar o lixão de Mangabeiras. Segundo Anivaldo Pinto, o MPF concorda com a decisão de fazer o novo aterro sanitário em Guaxuma.

Mas o Ministério Público Estadual interpôs ação com pedido de liminar para suspensão de qualquer atividade de implantação do empreendimento naquele local, o que foi despachado favoravelmente pelo juiz Klever Loureiro. A Prefeitura de Maceió já anunciou que vai recorrer.

(Por Mônica Pinto, AmbienteBrasil, 31/05/2007)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -