Um engenheiro panamenho se tornou a cobaia da sua própria experiência, durante um ano, utilizando sem problemas um combustível ecológico de elaboração própria, com o qual vem abastecendo seu automóvel movido a diesel sem necessidade de modificar o motor. Amilcar Tuñón explicou que reformulou uma "receita" que comprou pela internet. Ele utiliza 75% de óleo comum de cozinha usado e 25% de diesel para encher o tanque de sua caminhonete. E o carro circula com o diagnóstico positivo de seu mecânico.
"O motor, segundo o mecânico, está mais bem conservado do que estaria com os combustíveis normais, porque o óleo de cozinha lubrifica melhor", disse o engenheiro. A iniciativa de Tuñón, "totalmente espontânea", se antecipa às medidas que serão anunciadas como conclusão da 37ª Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). A reunião começa dia 3 de junho no Panamá, e será dedicada à prospecção de novas fontes de energia. O Governo do Panamá quer usar até 10% de biocombustível, no seu caso etanol, para abastecer a frota automotiva do país.
O biodiesel de Tuñón conta com a vantagem de aceitar uma mistura de até 75%. O custo da mistura seria de cerca de US$ 0,90 o galão. E o rendimento por quilômetro é melhor, segundo sua experiência. Ele contou que obtém o óleo das cozinhas de restaurantes e hotéis. Assim, a fumaça de seu motor "cheira um pouco a comida". "Reciclo um resíduo contaminante, sujo menos e o cheiro é melhor", ressaltou o engenheiro, de 44 anos.
(G1, 01/06/2007)