TERROR NUCLEAR É REAL E EXIGE NOVA ESTRATÉGIA DOS EUA
2001-11-07
No espectro do megaterrorismo, o pior cenário seria uma explosão nuclear numa grande cidade. Se a Al Qaeda tivesse atacado o World Trade Center com uma arma nuclear, mesmo rudimentar, criaria uma força explosiva equivalente a 10 mil toneladas de TNT, demolindo uma área de cerca de 7,8 mil km quadrados. Não só o WTC, mas toda a Wall Street e o distrito financeiro e a parte baixa de Manhattan até Gramercy Park teriam desaparecido. Centenas de milhares teriam morrido. O perigo pode ser resumido em três proposições. Primeiro, tentativas de furtar armas ou material nucleares não são hipotéticas, mas fato recorrente. Semana passada, o responsável pelas armas nucleares da Rússia relatou que dois incidentes, nos quais terroristas tentaram roubar armas nucleares, foram repelidos. Segundo ele, se a Al Qaeda ou outro grupo similar obtiver 18 quilos de urânio empobrecido, ou metade disso em plutônio, com o restante do material disponível poderia fabricar uma bomba atômica em menos de um ano. Terceiro, terroristas não teriam dificuldade para introduzir uma arma nuclear nos EUA. O material nuclear é menor do que uma bola de basquete. Mesmo um dispositivo montado, uma arma nuclear portátil, poderia ser levado por um contêiner por navio ou avião. Andrew Marshall, um dos poucos estrategistas de longo prazo do Departamento de Defesa Americano, vem advertindo que se os EUA uma vez tiverem de enfrentar um inimigo sério, estariam em sérios apuros. (Valor/A10, 06/11)