O presidente da empresa estatal Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, afirmou nesta quinta-feira (31/05) que as próprias regiões brasileiras é que vão escolher os lugares que irão sediar os depósitos definitivos de lixo radioativo planejados pela empresa. Ele acredita que vai sobrar candidatos para esse fim. “Eu não tenho a menor dúvida de que vai haver uma fila.”
“Nós vamos demonstrar que é seguro e vamos colocar tipo leilão. Aquela região que quiser vai ganhar um royalty para armazenar”, informou Silva, durante evento no Rio.
Os depósitos finais deverão ser construídos em locais geologicamente convenientes, ou seja, que tenham rochas em volta de preferência, afirmou o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Dias Gonçalves, que foi homenageado pelos 50 anos de criação da entidade, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
A construção desses depósitos definitivos de rejeitos nucleares dependerá de licenciamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis(Ibama). O presidente da CNEN afirmou que o governo pretende criar uma série de incentivos para os municípios.
Atualmente, só é pago royalty pelo depósito inicial de rejeitos das usinas de Angra 1 e 2 ao município fluminense de Angra dos Reis. Em termos de depósitos definitivos, só existe um no país, relativo aos rejeitos radioativos oriundos do acidente com o césio 137, em Goiânia(GO).
O presidente da CNEN negou que haja no país depósitos provisórios de lixo nuclear. Segundo ele, há depósitos "iniciais, intermediários e finais”.Os rejeitos, explicou, são de baixa, média ou alta atividade. Os de baixa e média estão relacionadas à área médica e são fáceis de controlar, segundo ele. Os de alta atividade surgem dos combustíveis usados nas usinas e são guardados nas próprias plantas nucleares.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 31/05/2007)