O esquema de comércio de emissões da União Européia é o passo mais significativo dado até agora na luta contras as mudanças climáticas, concluem economistas ambienteis que realizaram uma revisão da iniciativa. Eles avaliaram os impactos de dois dos três anos de experiência do programa e afirmam que ação de cortar emissões de dióxido de carbono na Europa será central para as conversas futuras sobre o clima global.
Pelo esquema, a quantidade de dióxido de carbono que os negócios individuais podem emitir é limitada – com isso, quem exceder sua cota precisa cobrir as emissões extras comprando permissões de quem emitiu menos do que o permitido.
Em uma série de artigos publicados esta semana nos jornais europeus, acadêmicos de diversos países dizem que enquanto há evidencias de que alguns estados membros e setores industriais da União Européia foram beneficiados com metas mais generosas, o objetivo principal da limitação das emissões de carbono tem sido alcançado sob o esquema.
Apesar disso, uma revisão dos dados de emissões de 2005, primeiro ano do programa, revela que as permissões excederam as emissões de dióxido de carbono em cerca de 80 milhões de toneladas em toda a União Européia. As emissões extrapolaram as permissões justamente em seis dos 25 estados membros, incluindo Reino Unido.
Mesmo com o aparente sucesso do esquema, os revisores do programa destacam
que a União Européia é responsável por apenas 20% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa e dizem que tal iniciativa precisa ser adotada em todo mundo para se atacar as mudanças climáticas efetivamente.
No entanto, eles advertem que a falta de um organismo equivalente à Comissão Européia em nível global pode ser um bloqueio para a adoção de um esquema de negociações de emissões mundial. No início deste mês, o governo do Reino Unido divulgou dados mostrando que as emissões de carbono das empresas britânicas participantes do esquema aumentaram 3,6% em 2006 – segundo ano da iniciativa.
Um total de 251,1 milhões de toneladas de dióxido de carbono foi emitido por firmas do país no último ano. A culpa pelo aumento seria um incremento nas emissões de dióxido de carbono proveniente do setor energético do Reino Unido, que passou queimar mais carvão para geração de eletricidade depois da alta nos preços do gás. O ministro do Meio Ambiente, Ian Pearson, no entanto, frisou que as companhias têm cumprido 100% as exigências do esquema de negociação de emissões em um esforço “excepcional” para atacar as mudanças climáticas.
(Traduzido por Sabrina Domingos, CarbonoBrasil.Fonte: Inthenews, 30/05/2007)