DEGRADAÇÃO DOS SOLOS, CONTAMINAÇÃO E DESFLORESTAMENTO AMEAÇAM AMÉRICA LATINA
2001-11-07
A degradação dos solos, o desmatamento, a contaminação do ar e da água e o esgotamento da diversidade biológica são os principais problemas ambientais da América Latina e Caribe, ressaltou o informe 2001 do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP). O informe mostra que, na América Latina, mais de 300 milhões de hectares de terras foram afetados pela degradação dos solos, causada principalmente pela erosão superficial e pela utilização de produtos químicos. Além disso, cerca de 100 milhões de hectares se degradaram por causa do desflorestamento e mais de 70 milhões por causa do desmatamento em larga escala para o pasto. - A América Latina, região dotada dos bosques tropicais mais fantásticos do mundo, é o centro da atenção mundial para conseguir sustentabilidade, diz o FNUAP, lembrando que entre 1990 e 1995 foram perdidos 3% da cobertura florestal da região, enquanto entre 1988 e 1997, o Brasil sozinho perdeu 15 milhões de hectares de florestas. Em relação ao esgotamento dos recursos hídricos, o FNUAP avalia que, apesar da grande quantidade dos sistemas de água doce na América Latina, quase dois terços da região são classificados como zonas áridas ou semiáridas e que a contaminação e o saneamento continuam sendo problemas importantes, assim como os produtos químicos e tóxicos resultantes das atividades de mineração ou industrial lançados nos rios. A qualidade do ar na maioria das grandes cidades constitui uma ameaça para a saúde humana, frisou o informe, segundo o qual no Rio de Janeiro e São Paulo a contaminação do ar causa quatro mil mortes prematuras por ano e, no México, a concentração média de ozônio é dez vezes acima da concentração atmosférica natural. O FNUAP ressaltou ainda o problema de esgotamento da diversidade biológica, por causa da diminuição de florestas. Atualmente, há mais de mil espécies de vertebrados ameaçados de extinção. O número de espécies de aves em risco de extinção no Brasil é o segundo no mundo, com 103 espécies, Peru e Colômbia ocupam o quinto lugar, com 64 espécies cada um e na Argentina, mais da metade dos mamíferos e aves estão ameaçados de extinção.