A Votorantim Novos Negócios (VNN), já prevendo a mecanização da lavoura de cana-de-açúcar e a competição na área tecnológica com países como os Estados Unidos, criou uma nova empresa para desenvolver variedades de cana-de-açúcar com maior teor de fibras para a produção de etanol a partir de celulose: a Biocel. A partir desse tipo de cana é possível converter toda a biomassa em açúcares e aumentar a produção a partir, também, dos resíduos.
A empresa não forneceu detalhes sobre a nova empresa, mas tudo indica que as pesquisas já estão sendo realizadas. No Brasil, a Dedini Indústrias de Base e a Petrobras já realizam pesquisas para viabilizar a produção comercial de etanol a partir da celulose contida no bagaço da cana. Um terço da energia da planta está no bagaço, um terço no caldo e um terço na palha, produto rico em celulose, que hoje não tem funções energéticas.
O cronograma do projeto do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) prevê a obtenção de uma unidade protótipo até 2010, da primeira unidade industrial até 2015 e a utilização da tecnologia em larga escala até 2020. A Dedini, que é a principal fabricante de usinas de açúcar e álcool do País, também está investindo em parceria com universidades públicas paulistas e previu a obtenção da tecnologia em escala comercial em até cinco anos. Nos EUA, o governo tem investido pesado em pesquisas de produção de etanol a partir da celulose de restos de madeira e gramíneas. Apenas em um projeto, para a obtenção de biorrefinarias de pequena escala em cinco anos, o governo norte-americano destinou US$ 200 milhões. Empresas como Cargill, DuPont e Shell investem em projetos como esses e na busca de novas enzimas capazes de aproveitar a celulose dos vegetais para a produção de álcool.
(Ecopress,
Jornal do Meio Ambiente, 30/05/2007)