Argentina e Uruguai não tiveram avanços concretos nesta quarta-feira (30/05) na busca de uma solução para um impasse ambiental que envolve os dois países há dois anos, e decidiram voltar a se reunir dentro de um mês, mas não há previsão para um acordo no curto prazo. A Argentina é contra a construção de uma fábrica de celulose que a empresa finlandesa Botnia está construindo na margem uruguaia do rio localizado na fronteira entre os dois países, o rio Uruguai, afirmando que o vizinho violou um pacto bilateral ao autorizar as obras e que a única solução possível é a transferência da fábrica.
"O problema é remover (a unidade), que não esteja ali aonde está, este é o ponto mais importante para a Argentina", disse a jornalistas a conselheira legal de Buenos Aires, Susana Cerruti, ao final da segunda e última jornada de reuniões em Nova York. O Uruguai assegura que a fábrica, responsável por um dos maiores investimentos na história uruguaia, não contaminará o rio e propõe uma condição para negociar com a Argentina: que libere as passagens fronteiriças bloqueadas há meses por ambientalistas contrários à instalação da fábrica.
"Cada parte tem sustentado sua posição com a firmeza e a veemência correspondente, mas em clima de respeito mútuo, de cordialidade e de trabalho. Os processos são feitos de tempo e acreditamos que se deve dar tempo a eles", disse o secretário-geral da chancelaria uruguaia, José Luis Cancela. Enquanto as discussões se movem lentamente, a Botnia segue adiante com seu projeto, que entrará em operação este ano, o que coloca mais tensão na fronteira ante os anúncios de "medidas surpresas" por parte dos manifestantes.
(Por Lucas Bergman, Reuters, 31/05/2007)