Pescadores da baía de Todos os Santos, no litoral da Bahia, puderam voltar ao mar após 60 dias de proibição por causa de uma grande mortandade de peixes gerada por um fenômeno conhecido como "maré vermelha".
A pesca havia sido proibida no final de março, quando cerca de 50 toneladas de peixes mortos foram retiradas do mar. A atividade foi liberada na terça-feira (29/03).
Análises apontaram que a causa do desastre ambiental foi a incidência de uma alga, que se proliferou e deixou o mar com manchas avermelhadas.
Os peixes morreram por falta de oxigênio, pela impossibilidade de trocas gasosas entre a água e o ar.
A intoxicação por algas chegou a afetar os freqüentadores do mar e quem comeu peixes. Ao menos 185 pessoas foram internadas com queimaduras no corpo, diarréia e vômito.
Havia a suspeita de que o acidente tivesse sido causado por um derrame de produtos químicos, mas as investigações descartaram tal hipótese.
Nesses dois meses de interdição, cerca de 10.500 pescadores de cinco municípios (Madre de Deus, São Francisco do Conde, Santo Amaro da Purificação, Saubara e Salinas da Margarida) ficaram sem pescar.
Cerca de 4.000 pescadores foram cadastrados para receber um seguro-defeso, o equivalente a um salário mínimo (R$ 380) por mês, no período em que ficariam impedidos de trabalhar, mas os recursos só começaram a ser liberados em maio. Segundo a Seap (Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca), eles ainda deverão receber as parcelas que faltam.
Além da pesca, a interdição afetou também o turismo, já que o banho de mar ficou também ficou proibido. Entre as praias afetadas estava a de Cabo Sul, que recebe, em média, 8.000 pessoas nos finais de semana e feriados prolongados.
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Folha Online, 31/05/2007)