O desenvolvimento da Metade Sul e as questões que envolvem a silvicultura foram analisadas pelo deputado Nelson Härter (PMDB) no Grande Expediente, na tarde desta quarta-feira (30/05), no plenário da Assembléia Legislativa. O parlamentar comentou a audiência pública da Comissão de Economia e Desenvolvimento com representantes da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), que expuseram a importância da matriz de comercialização montada através de uma estrutura para atrair empreendedores, para que os investimentos possam gerar mais emprego e renda para a região sul do Estado. Ele disse que a matriz poderá facilitar o acesso de mercados maiores no Rio Grande do Sul, ajudando os pequenos empreendedores a elaborar projetos na busca de melhores prazos e carência.
Nelson Härter lembrou que, em 2005, aprovou emenda liberando recursos para estruturar esse escritório com uma parceria entre o setor empresarial, as universidades e prefeitos da Zona Sul. O peemedebista salientou que a iniciativa permitiu atrair investimentos para o município de Pelotas. Ele mencionou uma lei na gestão do prefeito Bernardo de Souza, que deu incentivos fiscais para as empresas que vieram se instalar naquele município, com uma estrutura para ir atrás das oportunidades, fazendo uma atração dos investimentos nos municípios.
O orador do Grande Expediente salientou a contribuição dos técnicos da Ufpel para trazer auxílio aos produtores rurais, com a diminuição da ação de atravessadores, vinculação aos programas públicos e privados e prática de preços que atendem à cadeia de consumo. O deputado do PMDB enfatizou que esse trabalho e integração de forças está possibilitando vencer entraves burocráticos para que o processo tenha um andamento melhor junto aos municípios da Metade Sul.
Nelson Härter analisou também a questão das plantações de florestas no Rio Grande do Sul e negou que esse cultivo seja prejudicial ao meio ambiente. O parlamentar ressaltou que a ciência já acumulou conhecimento suficiente para derrubar mitos, e destacou os benefícios da silvicultura para a sócio-economia do país. Ele afirmou que o plantio do eucalipto não difere de outros tipos de plantações como as culturas de milho, batata e soja, salientando que o uso da água tem o mesmo índice de consumo e em relação à questão dos nutrientes, devolve tudo ao solo como matéria orgânica, contribuindo para a reciclagem de resíduos e para a erosão.
O peemedebista fez referência a um trabalho que mostra os benefícios da eucaliptocultura e rebateu as críticas de que seja uma espécie exótica, lembrando que café, alho e tomate também não são originais do Brasil, sendo apenas a mandioca uma cultura nativa. Citou o valor de US$ 1 bilhão que envolve esse plantio e cerca de 150 mil empregos diretos e riquezas geradas, com investimento em infra-estrutura e iniciativas que levam cidadania à áreas esquecidas. Salientou a legislação vigente, negando que irá se plantar em desacordo com a lei. Disse que o código florestal prevê que nas florestas plantadas não vinculadas é livre o transporte de matéria prima florestal. Citou a resolução que dispõe sobre licenciamento para atividades de agricultura no meio rural. Estranhou a rapidez de elaboração de uma atividade, no caso a silvicultura, que tem menor impacto ambiental, podendo inviabilizar investimentos para a Metade Sul do Estado.
Afirmou que a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destaca a importância de tornar produtiva as áreas degradadas, citando a Metade Sul como um exemplo. Disse que não entende por que a proposta de zoneamento não incluiu a questão ligada à sustentabilidade, levando apenas a questão ambiental e não os aspectos econômicos e sociais. Alertou que não podem ser mandados embora do Rio Grande do Sul investimentos importantes e criticou o uso indevido de diversas entidades na proposta de zoneamento elaborada na Fepam, citando instituições como Embrapa, Fepagro, Ucpel e Ufrgs.
Nelson Härter afirmou que existe uma visão política e ideológica contra o zoneamento no Rio Grande do Sul e garantiu que confia no governo do Estado, em especial depois das alterações de alguns cargos, pois houve mudança de mentalidade no tratamento da questão. Citou um exemplo em que a proposta da Fepam reduz uma área de plantio para cinco hectares e indagou qual a empresa poderia desenvolver suas atividades em escala industrial com tal determinação. Ele lamentou que no mês de maio 200 mil mudas de eucalipto foram jogadas no lixo pelo atraso na liberação dos licenciamentos pela Fepam. O deputado garantiu que continuará defendendo a Metade Sul do Estado porque tem a seu favor a legislação que hoje permite o plantio, não aceitando que setores da sociedade venham a pregar mitos. O deputado criticou o fato de inúmeros processos estarem parados na Fepam por falta de pareceres, e com isso deixam de ser realizados investimentos para 100 mil novos postos de trabalho. Em aparte, manifestaram apoio ao pronunciamento, os deputados Giovani Cherini (PDT), Leila Fetter (PP), Miki Breier (PSB), Pedro Ozório Pereira (PSDB),
(Por Marco Dziekaniak, Agência de Notícias AL-RS, 30/05/2007)