Mato e lixo tomam conta de bancos e do anfiteatro existente na Lagoa do Parque Solon de Lucena, um dos cartões-postais de João Pessoa
Bancos quebrados, mato crescendo nas áreas de circulação de pessoas, lixo por todo canto, mau cheiro e, para piorar, risco de assaltos. Considerado o principal cartão-postal da capital paraibana, o Parque Solon de Lucena, passagem obrigatória para centenas de pessoas, sofre com o abandono e o descaso. A população reclama e identifica que os sinais de descuido se agravam na área próxima ao tradicional restaurante Cassino da Lagoa.
Quem caminha pela área percebe logo o abandono. A estudante Natália Xavier, de 16 anos, anda apressada e evita parar no local. “Aqui é horrível! Cheira mal e o risco de assaltos é grande”, declara. Ela conta que, há 15 dias, presenciou um assalto. “Dois garotos, de 8 e 9 anos, foram assaltados e tiveram os aparelhos celulares roubados próximo à parada de ônibus”, contou. Acrescentando que ninguém fez nada com medo de que os assaltantes estivessem armados. A garota lembra que pôde apenas se solidarizar com os garotos. Quanto ao mau cheiro, ela lastima, “poderia haver cheiro de plantas”, disse a estudante.
O estoquista Carlindo Simão de Lima, 29 anos, reclama da ausência de bancos. “Eu procurei um lugar para sentar e não encontrei. “Tá tudo quebrado. Imagina um parque sem local para um descanso rápido!”, admira-se. O estoquista diz que se angustia ao perceber que o Parque Solon de Lucena, a famosa Lagoa, está desassistida. “Próximo às principais paradas de ônibus da Lagoa há até uma cerca separando os canteiros de áreas de passagem de pedestres, no lado oposto sequer existem cercas. O mato cresce e o lixo pode ser visto jogado no chão”, desabafou.
Enquanto a equipe de reportagem do JORNAL DA PARAÍBA conversava com o estoquista Carlindo Simão, um flagrante de desrespeito praticado pela própria população. Por volta das 10 horas, um homem foi flagrado urinando escorado nas paredes do que um dia foi um anfiteatro instalado na Lagoa. Resta a indignação e a pergunta de Carlindo Simão: “Será que esta cena deve ser presenciada por crianças e adolescentes que circulam pela Lagoa?”
Passagem obrigatória para a estudante Ana Paula da Silva, de 17 anos, ela reclama que as calçadas do local estão quebradas. Além das calçadas, ela critica o fato dos abrigos também apresentarem problemas. “Os abrigos da parada do ônibus Renascer e Cabedelo, próximo ao Cassino da Lagoa, foram modificados. A colocação da estrutura deixou buracos no chão”, declara.
Do lado oposto, onde ficam localizadas as principais paradas de ônibus do Parque Solon de Lucena, além de mato e uma grade parcialmente derrubada, que serve para fazer a separação do parque das paradas, existem banheiros que são pouco usados pela população e um estacionamento. No local, o calçamento é esburacado, as gramíneas, do que deveria ser um jardim, não existem mais e depósitos de lixo quebrados podem ser vistos facilmente.
O secretário de Desenvolvimento Urbano foi procurado pela equipe de reportagem para comentar as reclamações da população. O secretário Ivan Burity não quis comentar o assunto, alegando que a revitalização da Lagoa cabe à Secretaria de Planejamento (Seplan). Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Planejamento, a revitalização da Lagoa requer um trabalho coordenado com diversos setores. A assessoria também disse que a secretaria está realizando um levantamento de dados que vão promover um diagnóstico ambiental da vegetação, um diagnóstico de tráfego e do comércio informal da região. Os dados deverão compor o projeto de revitalização da área.
SEGURANÇAJá a assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança e Defesa Social disse que a incidência de assaltos na Lagoa, principalmente de roubos de bolsas e celulares, ocorre devido à intensa movimentação de pessoas na área e que acaba atraindo os bandidos.
De acordo com a assessoria, há cerca de dez dias policiais do GOE montaram uma operação surpresa para coibir a ação de criminosos. A assessoria também destacou que a população dispõe de um posto da PM no local.
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Jornal da Paraíba, 30/05/2007)